A maioria absoluta socialista garantiu esta sexta-feira a aprovação do Orçamento do Estado para 2023, após uma maratona de votações de quase duas mil propostas de alteração, introduzindo poucas mudanças graças à rejeição de grande parte das medidas da oposição.
Repetindo a votação na generalidade, a proposta do OE 2023 foi viabilizada apenas com os votos a favor do PS e a abstenção dos deputados únicos do PAN e do Livre.
Foram precisamente estes os dois partidos que conseguiram aprovar o maior número de propostas de alteração, algumas delas apenas após mudanças da proposta inicial: o PAN viu serem viabilizadas cerca de 10% das propostas que apresentou, enquanto o Livre teve luz verde a cerca de 20%.
O orçamento sofreu poucas alterações face à proposta inicial do Governo e com pouco impacto orçamental comparado com o período da 'Geringonça', deixando de fora bandeiras importantes para a oposição, mas acomodando propostas que apontam para estudos e avaliações.
PSD, Chega, IL, PCP e BE voltaram a rejeitar o orçamento, e ao longo dos quatro dias de debate e votações na especialidade ouviram a palavra reprovado a quase todas as suas propostas.
O maior partido da oposição, PSD conseguiu aprovar sete propostas, um número superior às que o PS viabilizou dos ex-parceiros de 'Geringonça' BE e PCP.
O BE teve luz verde a seis propostas, uma delas apenas referente a um ponto, enquanto o PCP quatro.
A Iniciativa Liberal conquistou duas vitórias no primeiro dia, número com o qual chegou ao fim deste processo orçamental.
O Chega voltou a ser o único partido que viu todas as propostas serem rejeitadas.
Sem surpresas, a maioria parlamentar socialista assegurou a luz verde a todas as propostas de alteração e de aditamento com a assinatura do Grupo Parlamentar do PS.
Apesar da maioria absoluta do PS, este foi o ano em que os partidos bateram o recorde de propostas submetidas: mais de 1.800.