A ONU homenageou esta segunda-feira o antigo Presidente da República, Jorge Sampaio, pelo seu papel no apoio aos refugiados no ensino superior.
A cerimónia, organizada pela Aliança das Civilizações - de que Sampaio foi o primeiro alto representante - e pela missão portuguesa na ONU, decorreu em Nova Iorque, nos EUA.
"Portugal perdeu um líder extraordinário, um dos melhores"
Na cerimónia, o secretário-geral da ONU, António Guterres, elogiou o legado de Jorge Sampaio. Fala num líder extraordinário e sublinha a dedicação constante à causa pública.
"Todos chorámos a morte de Jorge Sampaio a 10 de setembro deste ano. Portugal perdeu um líder extraordinário, um dos melhores do país. E o mundo perdeu um grande estadista, que será recordado pela sua compaixão, empatia, inteligência e sabedoria. Jorge Sampaio deixou-nos um legado impressionante. Era um homem bom, que se dedicou a causas nobres e a melhorar a vida de pessoas por todo o mundo", disse.
O LEGADO DE SAMPAIO NO APOIO AOS JOVENS EM ZONAS DE CONFLITO
Jorge Sampaio quis dar continuidade aos estudos dos jovens que interromperam o ensino superior por causa de conflitos, perseguições ou violência no país de origem.
Em 2013, o antigo chefe de Estado fundou a Plataforma Global para Estudantes Sírios, com o objetivo de prosseguirem os estudos.
O programa foi alargado este ano quando os Talibã voltaram ao poder no Afeganistão, para as jovens afegãs.
O mecanismo internacional apoia os jovens com bolsas de estudo e acolhimento em universidades de diversos países.
Portugal assume a continuidade da ideia lançada pelo antigo Presidente da República.
A cerimónia aproveitou a frase de Sampaio e intitula-se "Solidariedade não é facultativa, é um dever".
Jorge Sampaio, que morreu em 10 de setembro, com 81 anos, foi Presidente da República durante dois mandatos, entre 1996 e 2006.
Após o fim do segundo mandato, e ainda em 2006, Jorge Sampaio foi o enviado especial da ONU na Luta contra a Tuberculose e, um ano depois, foi convidado para exercer o cargo de Alto Representante da ONU para o Diálogo das Civilizações, até 2013.