A Secretária de Estado da Igualdade e Migrações condenou, esta sexta-feira, a invasão de uma eucaristia por doze fanáticos religiosos que irromperam, durante a tarde de quinta-feira, na Igreja de Nossa Senhora da Encarnação, na Ameixoeira, em Lisboa, e perturbaram o início de uma missa, organizada pelo Centro Arco Íris, uma entidade de defesa de direitos LGBTQIA+.
Segundo o jornal Expresso, os 12 fanáticos religiosos, na casa dos 20 anos, carregaram crucifixos de madeira e de metal e cantaram no meio da missa o que chamaram de oração reparadora para os pecados mortais da ideologia LGBTQIA+, que alegam existir no seio da Igreja.
O padre que conduzia a eucaristia chamou a PSP que, chegada ao local, retirou e identificou os autores do protesto. Alguns resistiram e estiveram a fazer barulho quase até ao final da missa. Incorrem agora na contraordenação "impedimento, perturbação ou ultraje a ato de culto".
Em reação ao sucedido, através de um comunicado enviado às redações, Isabel Almeida Rodrigues deixa um apelo “(…) ao respeito pelos direitos humanos das pessoas LGBTI+ e ao princípio da igualdade.”
Este episódio acontece depois de, na última quarta-feira, no parque Eduardo VII, em Lisboa, três pessoas terem tentado impedir que uma outra continuasse a empunhar uma bandeira, representativa da comunidade transexual.
“Tendo em conta que infelizmente não se tratou de um episódio único nesta Jornada Mundial da Juventude - que convoca todas as pessoas para um desígnio comum no combate ao discurso de ódio e à violência contra todas as pessoas -, torna-se importante recordar que as pessoas LGBTI+ são dos grupos de pessoas mais estigmatizadas e alvo de episódios de violência”, afirma a governante.
A Secretária de Estado conclui a mensagem com um apelo “(:::) à consciencialização social e sublinha ser imprescindível nesta fase garantir que todas as pessoas possam viver em segurança e liberdade".