Ainda não eram 8:00, quando se ultimavam os preparativos para a receção ao Papa. O mural coletivo de três quilómetros e meio, pintado por moradores dos bairros socioeconómicos mais fragilizados do concelho de Cascais, por sem-abrigo e também por reclusos de Tires e do Linhó era finalmente afixado.
A obra foi colocada em todo o percurso do Papa, do Estoril até Cascais. Tudo pronto já na presença de muitos jovens que ali se encontravam desde madrugada.
“Afinal de contas, digamos que ele é o pai da Igreja. É a ele que dedicamos tudo durante o ano, todas as orações, todas as missas, eucaristias, celebrações. No fundo, embora não esteja ali, está presente.”, disse um peregrino.
Caetana tem apenas dois meses, dormiu durante todo o tempo, indiferente ao que se passava ali ao lado e ao desejo da mãe, que queria que a filha fosse benzida pelo Papa, por achar que seria “momento muito especial”.
O mesmo desejo tinha a mãe de Teodora, com seis meses e cujo o nome “representa presente de Deus”.
Duas horas depois o Papa chegava finalmente ao Estoril.
A passagem do Papa foi muito rápida, mas para todos os que o viram valeu o tempo todo de espera.
“É importantíssimo porque é uma energia que só quem veio ver é que eu acho que percebe. Fica-se assim um bocadinho com os pés no ar.", disse uma moradora.
Os discursos do Papa têm sido muito elogiados, para alguns são mesmo “fantásticos” e mencionam sempre questões “importantíssimas”.
Depois de uma curta paragem para tocar numa criança, o Papa dirigiu-se finalmente para as Scholas Ocurrentes - um movimento educativo fundado em 2001 pelo arcebispo de Buenos Aires - sempre na presença de centenas de pessoas durante todo o percurso.