Jornada Mundial da Juventude

"Uma oração para chegar a todos": JMJ vai ter comunicação acessível

O Centro de Recursos para a Inclusão Digital, do Politécnico de Leiria, está a criar condições para acolher as pessoas com deficiência ou vulneráveis durante o evento, com recurso a linguagem pictográfica, braille, áudio e língua gestual.

Igreja Católica.
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SIC Notícias

Lusa

O Politécnico de Leiria desenvolveu a comunicação acessível, em linguagem pictográfica, 'braille', áudio e língua gestual portuguesa e gesto internacional, para tornar a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) "para todos".

"O CRID foi escolhido pela organização do encontro para desenvolver a comunicação acessível da JMJ, em linguagem pictográfica, braille, áudio e língua gestual portuguesa e gesto internacional, nas línguas oficiais da JMJ (português, espanhol, inglês, francês e italiano)", anunciou esta quinta-feira o Politécnico de Leiria.

Numa nota de imprensa, aquela instituição de ensino superior explicou que foram elaborados vários documentos para o encontro, como "as Meditações do Terço, a Oração, o Exame de Consciência (em português e castelhano) e a versão digital do Itinerário Espiritualidade, desafios diários".

"Foram impressas 10 mil orações no CRID que vão ser distribuídas aos peregrinos com deficiência durante a Jornada e 1.500 exemplares do Exame de Consciência em português e 500 em castelhano", adiantou.

Projeto foi criado há 17 anos

O Centro de Recursos para a Inclusão Digital, da Escola Superior de Escola Superior de Educação e Ciências Sociais, vai ser também responsável por desenvolver mensagens em pictogramas destinadas a pessoas no espetro do autismo, com deficiência intelectual, com défice de atenção, com síndrome de Down, com síndrome de Tourette, em estados iniciais de demência, com deficiências sensoriais e de comunicação, para os 60 ecrãs que se encontram no recinto, o que é considerada uma experiência inédita a nível mundial.

O CRID, fundado há 17 anos, integra o grupo de trabalho "Atenção à Deficiência Jornada Mundial da Juventude 2023", que está a criar condições para acolher as pessoas com deficiência ou vulneráveis durante o evento.

“Uma jornada que não deixe ninguém de fora”

À agência Lusa, a coordenadora do CRID, Célia Sousa, afirmou que o centro de recursos trabalhou tudo o que vai ser distribuído para a Jornada em diferentes tipos de linguagem, sendo que a documentação é distribuída em formato em papel e é colocada no site da JMJ.

"Pela primeira vez, nós estamos a pensar numa oração para chegar a todos. (...) Esta oração está com o texto, evidentemente, depois está impressa em 'braille', tem o áudio, tem a língua gestual de cada país e depois ainda tem os pictogramas, ou seja, tem a linguagem pictográfica que vai ajudar as pessoas a entenderem a mensagem que a oração quer passar", esclareceu, destacando que os pictogramas são algo "inovador, porque nunca foram usados em nenhuma" JMJ.

Célia Sousa adiantou que nos écrans do recinto vão ser passadas pequenas mensagens, também em pictogramas, para ajudarem as pessoas a entender.

"Os pictogramas são imagens e as imagens são mais fáceis de se conseguir perceber (...), mesmo que haja barulho ou que não se consiga ouvir esse som", referiu, acrescentando: "É isso que queremos, que seja uma jornada, de facto, para todos, que não deixe ninguém de fora".

Considerando que a JMJ em Lisboa é uma das jornadas mais acessíveis e em que "há mais condições para as pessoas com deficiência", Célia Sousa acrescentou: "É isso que queremos, que seja uma jornada, de facto, para todos, [que] não deixe ninguém de fora".

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