A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) lamentou esta quinta-feira não ter ainda recebido qualquer contacto por parte da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) sobre a participação dos bombeiros na Jornada Mundial de Juventude (JMJ), que decorre entre os dias 1 e 6 de agosto, em Lisboa.
"A ANEPC até ao momento não convocou nenhuma reunião com a LBP para tratar qualquer assunto da JMJ, sejam do ponto de vista financeiro, de gestão ou operacional", disse o presidente da Liga, António Nunes, que visitou a sede do Comité Organizador Local (COL) da JMJ Lisboa 2023, no Beato.
António Nunes garantiu ao presidente da Fundação JMJ e coordenador-geral, D. Américo Aguiar, que é também capelão nacional dos bombeiros portugueses, que "os bombeiros estão preparados para responder às situações que lhes forem solicitadas" e vão estar presentes e colaborar para que "a JMJ possa ser um sucesso".
O representante dos bombeiros sustentou que, num caso como a JMJ, em que há solicitações das autarquias e ao nível distrital e nacional, "talvez tivesse sido útil uma reunião extraordinária da comissão nacional de proteção civil para que todos os agentes fossem informados sobre o que se vai passar e o que os espera".
Dispositivo envolve sete mil bombeiros, mas pode aumentar
Depois de o presidente da ANEPC ter avançado que a estrutura da Proteção Civil para a JMJ pode chegar aos 25 mil bombeiros, o ministro da Administração Interna esclareceu que o dispositivo da Proteção Civil afeto ao encontro mundial é de 7.000 bombeiros, podendo este número aumentar em caso de necessidade.
O presidente da LBP referiu que os bombeiros não estão preocupados com as ocorrências previstas no planeamento global, mas sim com "as questões micro, porque quando há milhares de participantes na JMJ em determinado concelho, é preciso olhar para a forma como os bombeiros podem colaborar".
António Nunes precisou que não são apenas as corporações de bombeiros da área metropolitana de Lisboa que vão estar envolvidas na JMJ, uma vez que vai haver uma dispersão de jovens pelo País, que se podem prolongar por três semanas.
O presidente da Liga considerou que deveria existir um plano para três semanas com níveis diferentes de mobilização de meios e intervenção. O responsável recordou ainda que os bombeiros não podem deixar de fazer o trabalho que fazem diariamente, como transporte de doentes, combate a incêndios e acidentes rodoviários.
"Tudo isso tem de ser garantido pelos bombeiros. Os bombeiros têm de fazer um reforço e mobilizar outros bombeiros que não estavam previstos para essa altura. Há aqui uma série de questões que é preciso acautelar", disse ainda.