Inteligência Artificial

Dilema da regulamentação sobre IA separa União Europeia e Estados Unidos

A regulamentação da inteligência artificial tem oposto Europa e os Estados Unidos. Ambos anunciaram recentemente investimentos para o setor, mas mas têm visões diferentes quanto à forma de acelerar o progresso.

Catarina Coutinho

Um mundo divido e a diferentes velocidades. Foi o que pôs a nu a cimeira desta semana em Paris sobre inteligência artificial. O grande fator de discórdia é o dilema da regulamentação. De um lado a visão mais liberal dos Estados Unidos.

“Precisamos de regimes regulamentares internacionais que promovam a criação de tecnologia de IA em vez de a estrangularem. E precisamos que os nossos amigos europeus, em particular, olhem para esta nova fronteira com otimismo e não com trepidação", afirmou J.D Vance.

Apontam à União Europeia, que desde agosto está a implementar o regulamento de Inteligência Artificial para todos os estados-membros.

“Oiço com demasiada frequência dizer que a Europa chegou tarde à corrida, que os Estados Unidos ou a China já se adiantaram. Não concordo, porque a corrida à IA está longe de ter terminado", referiu Ursula von der Leyen.

Para ganhar balanço, na Cimeira anunciou 200 mil milhões de euros para investir no setor. Antes, o presidente francês tinha anunciado um plano de investimento de 109 mil milhões para projetos em França nos próximos anos.

500 mil milhões de dólares foi o montante anunciado por Donald Trump em meados de janeiro. Uma colaboração entre três gigantes tecnológicas - a OpenAI, a Oracle e a Softbank - para desenvolver infraestruturas e processos ao longo dos próximos anos. "Stargate" é o nome da parceria.

Anúncio feito depois de ter revogado uma ordem executiva de Joe Biden que previa monitorizar os riscos da Inteligência Artificial.

Exigia, por exemplo, que as empresas responsáveis por sistemas de IA partilhassem os resultados dos testes de segurança com o Governo norte-americano antes de os tornarem públicos.

A cimeira de Paris terminou com um acordo assinado por 61 países para que a tecnologia seja mais ética e inclusiva. De fora ficaram o Reino Unido e os Estados Unidos.

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