Incêndios em Portugal

Adolescente de 14 anos causou vários incêndios nos últimos quatro anos em Fafe por revolta e frustração

Fraco rendimento escolar e relações sociais reduzidas terão motivado jovem a atuar em zonas florestais perto de casa. PJ afirma que terá usado fósforos para provocar chama direta. Jovem confessou os factos.

Polícia Judiciária

Marta Ferreira

Lusa

Um jovem de 14 anos foi identificado esta quinta-feira pela Polícia Judiciária (PJ), através do Departamento de Investigação Criminal de Braga, por suspeita de ser autor de vários incêndios florestais, deflagrados durante o verão, nas freguesias de Seidões, Ardegão e Arnozela, no concelho de Fafe.

De acordo com comunicado da autoridade, o menor já atuava há quatro anos - ou seja, desde os 10 anos - recorrendo a fósforos para provocar fogos. Os incêndios, por vezes diários, preocuparam as populações locais e consumiram vários hectares de floresta.

"Dada a persistente recorrência dos incêndios naquelas zonas, foram encetadas e desenvolvidas diligências ininterruptas de investigação, que culminaram agora com a identificação do suspeito, que procedia às ignições por meio de chama direta, com recurso a fósforos", indica a PJ.

Este ano, o menor, residente em Seidões, procedeu a várias "incursões em diversas zonas florestais locais, recorrendo, por vezes, à utilização de uma trotinete, incendiou vários montes, colocando-se logo de seguida em fuga, em direção à sua residência, onde permanecia refugiado".

Segundo a autoridade, as ações foram motivadas por um "quadro de revolta e frustração, dado o seu parco rendimento escolar e a manifesta precariedade das suas relações sociais".

A Judiciária não descarta a possibilidade de, em algumas das situações, ter atuado em grupo.

"Os vários locais onde os incêndios ocorreram situam-se em zonas com elevado potencial de propagação a manchas florestais de grandes dimensões, gerando assim enormes riscos, potencialmente agravados pela abundante carga combustível ali existente e pela própria orografia da região", apontou a PJ.

Após identificação e interpelação, o adolescente confessou os factos. O caso passará agora para as mãos do Tribunal de Família e Menores.

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