Incêndios em Portugal

O que significa um julho negro para os piores anos de incêndios em Portugal?

Nos últimos 25 anos, por várias vezes, o mês de julho se revelou particularmente negro em matéria de área ardida em Portugal. E, quando há um julho negro, há normalmente um ano negro.

Incêndio de Arouca 29 de julho de 2025
ESTELA SILVA

SIC Notícias

2002, 2004, 2005, 2012, 2017 e 2022 foram todos anos em que nos meses de julho arderam mais de 30 mil hectares.

Nos relatórios oficiais não há dados suficientes para contabilizar a área ardida em julho de 2003, mas há dados que mostram um julho que também terminou negro.

O pior incêndio de 2003 foi em Nisa e começou a 30 de julho. Em todo o país, entre 27 de julho e 15 agosto desse ano arderam 300 mil hectares, 18 pessoas morreram e 85 ficaram desalojados. Os distritos de Castelo Branco, Santarém e Portalegre foram os mais afetados por esta vaga de incêndios, assim como o Pinhal de Leiria.

O total de área ardida em 2003 é o segundo maior desde 2001, desde que há relatórios publicados. Arderam 425.839 hectares em todo o país. O pior ano em Portugal continua a ser 2017, com 442.418 hectares ardidos (65.135 hectares em julho).

A comparação da área ardida em julho com o total de cada um dos anos mostra que, desde o início do século em Portugal, normalmente a um julho mais negro corresponde um ano com um total de área ardida maior.

Em 2023 e 2024, a área ardida em Portugal tinha sido praticamente residual em julho, não chegando aos 2 mil hectares (1.737 hectares em 2023 e 1.575 hectares em 2024).

Este ano, os dados disponíveis mostram que, de 1 de janeiro até 13 julho, tinham ardido 10.163 mil hectares, mais 195% do que no mesmo período de 2024, mas muito menos que nos anos mais negros dos incêndios em Portugal.

Nos mais de 10 mil hectares ardidos desde o início do ano, ainda não estão os dados relativos aos incêndios de Arouca, Ponte da Barca, Penamacor, Santarém, Nisa, Castelo de Paiva, Gondomar ou Penafiel que fazem, para já, o dia 29 de julho o pior do ano de 2025.

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