Incêndios em Portugal

Incendiários responsáveis por 84% da área ardida em Portugal no ano passado

O relatório da AGIF - Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais revela que 84% da área ardida em Portugal em 2023 foi causada por fogo posto ou uso indevido do fogo. Apesar do menor número de incêndios registado em 2024, a área ardida aumentou significativamente.

Catarina Folhadela

A esmagadora maioria dos incêndios é de origem criminosa ou resulta do uso indevido do fogo. Os últimos números indicam que 84% da área ardida no ano passado foi causada por fogo posto.

O ano de 2024 fica marcado positivamente pelo menor número de incêndios desde que há registos em Portugal, em parte devido ao verão mais fresco, mas também graças à prevenção.

Os bombeiros combateram 6 255 incêndios florestais, menos 17% do que no ano anterior, contudo a área ardida aumentou significativamente. A extensão de cinza e negro que cobriu o território foi quatro vezes maior do que em 2023.

O relatório da AGIF - Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais, revela as causas destes incêndios e mostra que os incendiários estão no topo da lista, seguidos do uso indevido e incauto do fogo, responsáveis por 83% dos fogos. Por isso, não são de estranhar as recomendações apresentadas.

Norte e Centro com maiores danos

O Norte e o Centro, que no ano passado concentraram 97% da área ardida nacional e ultrapassaram as médias históricas, são também as regiões onde o incêndio criminoso causou mais danos.

No Norte, metade da área ardida é responsabilidade dos incendiários; na região Centro, o fogo posto provocou 75% do total da área consumida pelas chamas.

É urgente dar prioridade a medidas de prevenção e mudar comportamentos, começando desde logo pela comunicação social.

Em 2024, morreram 16 pessoas em fogos florestais e os prejuízos estimados na floresta situam-se na ordem dos 67 milhões de euros.

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