A qualidade da água do rio Vouga não está em causa, garante a Associação de Municípios Carvoeiro-Vouga, que assume, por outro lado, limitações na capacidade de captação.
Na captação do Carvoeiro, no concelho de Águeda, distrito de Aveiro, a água está a ser devidamente tratada de forma a poder continuar a abastecer os habitantes de 10 concelhos, após os incêndios da passada semana terem ameaçado contaminar os recursos hídricos da região.
Esta semana, o secretário de Estado do Ambiente esteve no local e expressou preocupação em relação à qualidade da água que está a ser captada no rio Vouga.
Joaquim Batista, presidente da Associação de Municípios Carvoeiro-Vouga, responsável pela gestão deste recurso na região, constata que, neste momento, a qualidade "não é, de maneira nenhuma", uma questão que suscite preocupação:
"Nunca esteve, nem estará [em risco], a qualidade da água que aqui é produzida e daqui é distribuída".
A capacidade de produção, no entanto, será mais reduzida devido ao esforço adicional necessário durante a captação e o tratamento.
Explica que as ações que têm sido conduzidas, em estreita parceira com a Agência Portuguesa do Ambiente, medidas que pretendem minorar o "impacto que o arrastamento dos taludes e das cinzas decorrentes dos incêndios causam à capacidade de captação".
Joaquim Batista acrescenta que a água é captada no leito do rio "em furos em profundidade":
"Naturalmente, quanta mais matéria orgânica estiver em suspensão maior é o risco de saturação do leito, o que nos obrigará a interromper as captações e a fazer injeção de ar para limparmos o leito e voltarmos a ter a natural capacidade de captação que necessitamos."
Devido à precipitação intensa quem se tem verificado nos últimos dias, a turvação da água tem aumentado, algo que aponta ser "normal" durante as primeiras chuvas.
Também na região, em Sever do Vouga, a autarquia está a instalar filtros em vários pontos do rio Vouga para impedir que cinzas e resíduos contaminem a água.