O alerta foi dado ao início da tarde desta sexta-feira. As três vítimas são uma família de turistas espanhóis que passeava na Levada de Água de Alto, na freguesia do Faial.
De acordo com o presidente da câmara municipal do concelho de Santana, a derrocada não tem qualquer ligação ao incêndio que lavra há mais de uma semana na ilha da Madeira.
“Na chegada ao local vimos que houve um desprendimento de pedras numa zona da levada que é usada pelos levadeiros para fazer o controle da mesma. Encontravam-se duas vítimas no patamar da levada, vítimas essas com escoriações ligeiras e, na parte inferior da levada, supõe-se que foi, ou apanhada por alguma pedra, estava uma terceira vítima em baixo”, explica Ricardo Rosa, adjunto comandante dos bombeiros municipais de Machico.
A derrocada provocou a morte de uma jovem de 20 anos que foi atingida pelas pedras e teve morte imediata. Os pais, que a acompanhavam no percurso, sofreram escoriações ligeiras e estão a receber apoio psicológico.
“Não aparentavam ser vítimas graves, mas claro que o grau de parentesco que as mesmas têm, cá em baixo começaram a ter uma descarga emocional e necessitaram de ser encaminhadas para o centro de saúde”, relata Ricardo Rosa.
As levadas são canais de água que servem para transportar água que chegará depois às habitações e que serve também de apoio à agricultura.
“É uma captação de água de um dos nossos temas aqui de Santana, água de regadio, é uma zona bonita, é uma zona de uma cascata semelhante ao caldeirão verde, há uns anos foi ganhando alguma projeção, as pessoas difundiram esta paisagem, que é uma paisagem bonita, mas como costumamos dizer, e na Madeira isto é uma verdade absoluta, aquilo que é bonito também é muito perigoso”, explica Amílcar Gonçalves, águas e resíduos da Madeira.
A Levada da Água do Alto nasce na estrada regional que percorre a subida do Faial para a zona do Cortado e é uma zona com encostas altas. O local vai ficar interdito à circulação de turistas, mas até este acidente era inexistente qualquer sinalização para impedir as visitas.
“É uma levada de trabalho, se nós formos ver a própria largura do trilho, é um trilho muito estreito para permitir só a passagem do levadeiro para as necessárias limpezas, isto durante anos e anos foi só um percurso de passagem de água”, diz Amílcar Gonçalves.
No local estiveram 17 operacionais das corporações de bombeiros de Machico e Santana, apoiados por 7 viaturas. As operações de resgate duraram cerca de 2 horas.