Guerra Rússia-Ucrânia

Rússia volta a intensificar ataques no oeste da Ucrânia

A Rússia está a intensificar os ataques no oeste da Ucrânia, atingindo armazéns e casas perto da fronteira com a Eslováquia e a Hungria, causando vítimas e estragos. Ao mesmo tempo, Zelensky acusa Putin de arrastar as negociações e os Estados Unidos exigem à Europa que assuma a maior parte da responsabilidade na defesa da Ucrânia.

João Nuno Assunção

Os Estados Unidos avisam que a Europa terá de assumir a maior parte da responsabilidade pela defesa da Ucrânia. Defendem ainda que os aliados europeus devem garantir a maior fatia das garantias de segurança solicitadas por Kiev. Sem sinais de progresso nas negociações, a Rússia intensifica os ataques, que nos últimos dias voltaram a fazer vítimas.

O extremo oeste da Ucrânia foi o principal alvo dos bombardeamentos. Os ataques atingiram os armazéns de uma empresa de capital norte-americano situada na região que faz fronteira com a Eslováquia e a Hungria, além de várias habitações na província vizinha de Lviv.

O presidente da Ucrânia acusa a Rússia de arrastar o início das negociações para ganhar terreno e desvaloriza a possibilidade de se encontrar com Vladimir Putin na capital da Hungria, que tem sido apontada como possível palco do encontro. O país é governado por um executivo pró-Rússia, mas alega estar pronto para acolher as partes em conflito.

"Dêem-nos uma hora de aviso prévio, e estamos prontos para garantir condições justas, decentes, seguras e iguais para todos na Hungria", afirmou Peter Szijjártó, ministro dos Negócios Estrangeiros da Hungria.

Os esforços para um encontro cara a cara entre Putin e Zelensky foram a principal consequência da cimeira que, na segunda-feira, marcou o regresso de Volodymyr Zelensky à Casa Branca. O presidente ucraniano mobilizou sete líderes europeus em Washington e ofereceu a Donald Trump um presente oferecido por um veterano de guerra que perdeu uma perna a combater as tropas russas.

"Kostyantyn, vi o teu swing. Sei muito de golfe e o teu swing é excelente, parece lindo. Vais ser um grande golfista em breve. Também quero agradecer por este taco, é lindo, feito com amor e oferecido com muito carinho por ti. Agradeço", disse Donald Trump.

Trump e o respetivo governo agradecem à Ucrânia, mas deixam um aviso claro: os EUA não querem voltar a ser o país aliado que mais ajuda oferece a Kiev.

"Os europeus vão ter de assumir a maior parte do peso. É o continente deles, é a sua segurança, e o presidente foi muito claro ao dizer que eles vão assumir essa responsabilidade", afirmou J.D. Vance, vice-presidente dos EUA, numa entrevista.

Entre os países disponíveis para assumir a dianteira está a Alemanha, que esta manhã revelou novos detalhes da investigação ao ataque, há três anos, a um gasoduto no Mar Báltico. As autoridades alemãs anunciaram a detenção, em Itália, de um cidadão ucraniano suspeito de integrar a operação de sabotagem e que deverá ser brevemente presente a um juiz.

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