Guerra Rússia-Ucrânia

Donald Trump questiona Viktor Orbán sobre oposição à adesão da Ucrânia à União Europeia

Donald Trump contactou Viktor Orbán para questionar a sua oposição à adesão da Ucrânia à União Europeia, após conversações na Casa Branca com Volodymyr Zelensky e líderes europeus. A Hungria tem bloqueado a ajuda à Ucrânia e oferecido apoio diplomático à Rússia.

O Primeiro-Ministro da Hungria, Viktor Orbán, e o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, chegam para uma conferência de imprensa conjunta, em Kiev, Ucrânia, 2 de julho de 2024, no contexto do ataque da Rússia à Ucrânia.
Valentyn Ogirenko

Lusa

O Presidente norte-americano, Donald Trump, questionou o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, sobre as razões da sua oposição à adesão da Ucrânia à União Europeia (UE), noticiou a agência Bloomberg.

Após conversações na Casa Branca, na segunda-feira, com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e líderes europeus, Trump telefonou a Orbán, com quem troca frequentemente elogios públicos, questionando-o sobre os motivos do seu bloqueio às negociações de adesão da Ucrânia à União Europeia, adiantou a Bloomberg, citando fontes próximas dos contactos.

Durante as discussões na Casa Branca, indicaram as mesmas fontes, os líderes europeus instaram Trump a usar a sua influência sobre Orbán, crítico de Bruxelas e frequentemente alinhado com o Presidente russo Vladimir Putin, para o pressionar a abandonar a sua oposição à candidatura da Ucrânia à UE.

Sob liderança de Orbán, a Hungria tem dado consistentemente à Rússia cobertura diplomática e proteção contra as sanções da UE, enquanto bloqueia ajuda à Ucrânia. Contactado pela Bloomberg, o porta-voz do gabinete de Orbán não comentou a informação sobre o contacto com Trump.

Ucrânia apresentou pedido de adesão em 2022

A Ucrânia tem procurado um compromisso de adesão ao bloco político e económico como parte de um pacote de garantias de segurança para impedir futuros ataques da Rússia em caso de trégua para pôr fim à guerra iniciada por Moscovo há mais de três anos.

Orbán defendeu esta terça-feira após uma reunião entre os 27 Estados-membros do bloco, que a entrada da Ucrânia na UE não contribui para as garantias de segurança desejadas por Kiev.

"Ficou confirmado que a adesão da Ucrânia à UE não oferece garantias de segurança, portanto, vincular a adesão a garantias de segurança é desnecessário e perigoso", escreveu o líder húngaro nas redes sociais, depois da reunião extraordinária do Conselho Europeu que decorreu hoje por videoconferência.

Orbán defendeu ainda que ficou confirmado que a política de isolar a Rússia falhou e que o perigo de uma terceira Guerra Mundial "só pode ser reduzido através de uma reunião entre Trump e Putin".

A Eslováquia e a Hungria são os únicos Estados-membros que continuam a receber petróleo russo graças a uma isenção às sanções europeias contra Moscovo devido à sua situação geográfica particular.

Kiev apresentou formalmente o pedido de adesão à UE em 28 de fevereiro de 2022, poucos dias depois do início da invasão russa. Tem estatuto de país candidato desde 23 de junho desse mesmo ano.

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