Guerra Rússia-Ucrânia

Kiev pode vir a aceitar ceder territórios ucranianos controlados pela Rússia

Excluídos das conversações entre Putin e Trump no Alasca, todos os países da União Europeia, exceto a Hungria, avisaram que quaisquer negociações relativas à Ucrânia só podem ocorrer no contexto de um cessar-fogo ou de uma diminuição das hostilidades por parte da Rússia. 

Cristina Neves

Kiev não confirma oficialmente, mas Zelensky terá sinalizado aos aliados europeus que está disponível para entregar a Moscovo áreas que as forças russas controlam nas regiões ocupadas. Esta quarta-feira, o Presidente ucraniano vai reunir-se por teleconferência com Donald Trump e vários líderes europeus. 

Em contagem decrescente para a cimeira entre Donald Trump e Vladimir Putin, os parceiros de Kiev intensificam iniciativas para pressionar os Estados Unidos a não ceder aos intentos do líder russo. 

Excluídos das conversações no Alasca, todos os países da União Europeia, exceto a Hungria, avisaram que quaisquer negociações relativas à Ucrânia só podem ocorrer no contexto de um cessar-fogo ou de uma diminuição das hostilidades por parte da Rússia. 

Numa declaração conjunta, os 26 insistem que o caminho para a paz não pode ser decidido sem a Ucrânia, mas Trump não só dispensa a presença do Presidente ucraniano, como manifesta desagrado por não poder acelerar a troca de territórios que preconiza para chegar a acordo com Putin. 

Consolida-se o receio de que Trump, com pressa de chegar a um acordo, possa comprometer-se com Putin e impor condições que Kiev não poderá aceitar. 

Num esforço para formar uma frente unida que influencie a posição norte-americana, os líderes da Alemanha, França, e Reino unido vão presidir a uma reunião por videoconferência com Trump e Zelensky, esta quarta-feira, que junta ainda os líderes de Itália, Finlândia, Polónia, o secretário-geral da NATO e os presidentes  da Comissão e do Conselho Europeus. 

Muitos analistas  acreditam que Vladimir Putin não deverá desistir dos objetivos estratégicos. No mínimo, ganha tempo e rompe o isolamento internacional. 

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