Foi um dia de emoções contrastantes entre a dor dos familiares que continuam à espera e a felicidade dos primeiros abraços. Por enquanto, não se sabe quantos homens regressaram a casa, mas sabe-se que entre os que voltaram estão feridos, doentes graves e menores de 25 anos.
Viktoria mal podia esperar para abraçar o irmão de 26 anos. A primeira pergunta de Sasha, ao telefone, foi se estavam todos vivos. Foram três anos sem saber da família, da namorada e dos amigos.
Quando Sasha voltou a ver a namorada, não hesitou e pediu-lhe em casamento: "casas comigo?", perguntou ele, ouvindo um "claro que sim!" de Nastya.
As primeiras a chegar foram as ambulâncias. Trouxeram os feridos e os doentes mais graves, duas das categorias incluídas nesta fase da troca, acordada pelas delegações da Ucrânia e da Rússia, no início do mês, em Istambul.
Ainda faltavam os autocarros e a ansiedade crescia com o passar do tempo.
A cada minuto que passava, o ambiente tornava-se cada vez mais tenso. Os familiares dos soldados ucranianos estavam com as emoções à flor da pele.
Chegaram de colónias prisionais diferentes, em estados físicos e psicológicos distintos. Os soldados pisaram pela primeira vez em muito tempo a própria terra e viram rostos familiares.
Alguns saíram em silêncio, outros não conseguiram esconder as emoções.
Foi um dia de emoções fortes, tanto para os que recebem de volta os seus, como para os que continuam à espera. Nem todos voltaram, mas os que regressaram deixaram uma mensagem de resistência.
Agora, seguem-se meses de reabilitação física e psicológica. Aos poucos, estes homens vão voltar à normalidade.
Ficha técnica:
Iryna Shev - Jornalista
Andrii Iakovliev - Repórter de Imagem
Dmytro Kazantsev - Produtor