A Rússia anunciou que "correu bem" a reunião realizada esta terça-feira com uma delegação dos Estados Unidos sobre a guerra na Ucrânia. Também informou que irá iniciar conversações com o governo norte-americano para um eventual acordo de paz. No entanto, nem a Ucrânia nem a Europa foram convidadas para as negociações.
O governo russo assegura que Vladimir Putin está disposto a dialogar com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, se for necessário. A declaração surge no momento em que Rússia e Estados Unidos deram início a negociações de alto nível na Arábia Saudita, novamente sem a presença da Ucrânia ou de representantes europeus.
O encontro foi marcado pela tensão. Com expressões fechadas, os chefes da diplomacia russa e norte-americana, Sergei Lavrov e Marco Rubio, deram início à reunião com o objetivo de reduzir o fosso que separa os dois países.
Um membro da delegação russa confirmou a disposição de diálogo à chegada à capital saudita, onde decorreu a reunião. A Rússia mostra abertura, mas Volodymyr Zelensky, que se encontra de visita à Turquia, já rejeitou qualquer acordo de paz que não envolva diretamente a Ucrânia.
Zelensky reforçou a posição ucraniana, afirmando que o futuro do país passa pela adesão à NATO e à União Europeia. O Kremlin, por sua vez, mantém a sua firme oposição à entrada da Ucrânia na NATO e instruiu o embaixador russo na ONU a reiterar essa posição.
Entretanto, o enviado dos EUA para a Rússia e a Ucrânia esteve em Bruxelas esta manhã, depois de discutir se a Europa terá ou não um lugar nas negociações de paz. A resposta é categórica, mas a presidente da Comissão Europeia insistiu que os 27 Estados-membros querem trabalhar ao lado dos Estados Unidos para garantir uma paz duradoura na Ucrânia.