A guerra traz às escolas russas alterações nos currículos. Além dos livros de História reescritos, os estudantes têm, este ano, aulas de Segurança e Defesa da Pátria. A nova disciplina vai ensinar a combater com drones ou a manusear uma arma kalashnikov.
“Nunca se sabe em que tipo de situação nos podemos encontrar, por isso acho muito bem”, defende uma cidadã russa, ouvida pela Sky News.
“É ótimo. Sem uma educação militar básica, os nossos filhos não são os nossos filhos. Isto dá-lhes noções de patriotismo”, defende outra.
E para vir dar lições de patriotismo o próprio líder russo foi até uma escola, conversar com os jovens alunos.
“Quantas horas dorme para se manter em tão boa forma?”, perguntou-lhe um rapaz. “Seis horas”, revelou Vladimir Putin.
Um momento mais leve, entre temas mais pesados, como a incursão da Ucrânia no Sul da Rússia, onde muitas escolas estão agora fechadas.
“O nosso país e as forças armadas farão tudo para garantir que a vida normal nestas regiões e a vida normal destas crianças é restabelecida”, assegurou Putin.
A realidade é que, se nos últimos dois anos e meio a guerra tem parecido algo distante para a maioria da população russa, os acontecimentos recentes na região de Kursk vieram mudar isso e torná-la em algo muito mais próximo.
O Kremlin, contudo, continua a negar a ameaça e a tentar passar a sua versão da História - agora também nos livros escolares, que afirmam que não foi a Rússia a começar o conflito.
“A História não muda, mas precisamos da verdade. Precisamos que a História seja uma ciência e não ideologia ou propaganda”, disse à Sky News o responsável russo pelos currículos escolares.