Guerra Rússia-Ucrânia

Zelensky: "Hitler ultrapassou limite atrás de limite, Putin está a fazer o mesmo"

O Governo alemão alertou esta sexta-feira que o país tem de estar preparado para uma guerra dentro de cinco anos. As declarações surgem na altura em que a Rússia repete as ameaças ao Ocidente e no dia em que o chefe de Estado da Ucrânia defendeu, perante o Parlamento francês, que o nazismo está de volta à Europa.

João Nuno Assunção

O paralelo é feito pelo presidente ucraniano. A Europa está a reviver os dias mais negros da história e, no lugar de Adolf Hitler, está agora Vladimir Putin.

"Acontece o mesmo agora como aconteceu quando o mal lançou a sua agressão contra os seus vizinhos na década de 1930. Hitler ultrapassou limite atrás de limites. Putin está a fazer o mesmo", afirma.

Zelensky considera que o nazismo está de volta e que a paz já não reina na Europa. O discurso, perante a Assembleia Nacional Francesa, acontece um dia depois de ter participado nas cerimónias dos 80 anos da operação militar que marcou o início do fim do terceiro reich. Quando questionado sobre se espera um desembarque na Ucrânia, como aconteceu na Normandia, o Presidente ucraniano respondeu que sim.

Para já, nenhum país aliado se compromete em colocar tropas na Ucrânia, mas antes a fornecer o que Kiev precisa para expulsar as tropas russas. O Presidente ucraniano disse que vão avançar com "uma nova cooperação e anunciar a entrega dos Mirage 2000-5, que são aviões de combate franceses e que permitirão à Ucrânia proteger o seu território, o seu espaço aéreo".

Emmanuel Macron insiste que, em causa, não está apenas a Ucrânia, mas a batalha por um mundo livre. Foi também essa mensagem que deixou durante o evento da passada quinta-feira que homenageou todos os ajudaram a libertar a Europa.

A sua presença aqui hoje, Sr. Presidente da Ucrânia, diz tudo. Obrigado ao povo ucraniano pela sua coragem, pelo seu gosto pela liberdade. Estamos aqui e não vamos fraquejar", disse Emmanuel Macron, presidente francês.

A garantia já se reflete na linha da frente e pode estar a determinar o curso da guerra. Países como França, Alemanha ou EUA já autorizaram Kiev a atingir alvos em solo russo.

Joe Biden explicou que as armas americanas "podem ser utilizadas nas proximidades da fronteira, quando são usadas do outro lado da fronteira para atacar alvos específicos na Ucrânia. Não estamos a autorizar ataques a mais de 300 quilómetros da fronteira. Não estamos a autorizar ataques a Moscovo, ao Kremlin".

Esta sexta feira, os Estados Unidos da América prometeram a Kiev um novo pacote de mais de 200 milhões de euros. Voltaram ainda a ser acusados de estarem a colocar a foice em ceara alheia.

"Significa que foram usadas armas dos EUA, pelo regime de Kiev, contra alvos civis. para cometer um ato de terrorismo", explicou Maria Zakharova, porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros russo.

Face ao envolvimento dos aliados da Ucrânia, a Rússia não se cansa de avisar o ocidente para o risco de a guerra alastrar a outros países. O ministro da defesa da Alemanha, Boris Pistorius, explica que a guerra "temos de estar pontos para a guerra até 2029" e, por isso, é necessário "criar um fator de dissuasão para evitar que aconteça o pior".

Setenta e nove anos depois do fim da segunda guerra mundial é a própria Alemanha que avisa que um novo conflito pode estar iminente.

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