Um bombardeio matou esta sexta-feira uma criança de 10 anos em Kharkiv. No dia anterior, outro ataque tirou a vida a mais de 50 pessoas. Zelensky fala numa estratégia deliberada da Rússia em atacar alvos civis.
Tudo faz parte de uma “guerra psicológica de Putin", afirma José Milhazes. O objetivo é “fazer vergar o povo ucraniano”, para que concordem com muitas das condições impostas pelo Kremlin.
“A carnificina que aconteceu não é ocasional. Faz parte da guerra psicológica de Putin para tentar vergar o povo ucraniano e levá-los a aceitar as propostas feitas por alguns políticos e analistas políticos para que Zelensky vá de joelho ao Kremlin pedir misericórdia a Putin”, diz o comentador da SIC.
José Milhazes diz que “é muito difícil qualquer tipo de diálogo com a Rússia” e que “Putin é um homem completamente deslocado”, afirmando que a Europa e os Estados Unidos precisam apoiar a Ucrânia, ou “vão ter problemas sérios”.
“O que nós vimos em Kharkiv poderá acontecer noutros países europeus”.
Teatro, maternidade, barragem: há um “padrão”
A Rússia já negou mais de uma vez as acusações sobre atacar alvos civis, o que é “um insulto ao bom senso”, classifica o comentador da SIC.
Apesar dos mais recentes atentados ainda estarem sujeitos à investigação, há um padrão de ataques, além de diversas acusações internacionais, que colocam como bastante provável que o Kremlin tenha sido novamente autor de crimes de guerra.
Francisco Pereira Coutinho, especialista em Direito Internacional e da União Europeia, dá exemplos do “padrão sistemático de ataques a população civil”.
“Todos nos lembramos de Bucha, de Mariopol, do teatro, da maternidade, da barragem. Há um padrão enorme que configura crimes de guerra. O próprio Putin recebeu um mandato de detenção do Tribunal Penal Internacional pela deportação de crianças”, alega Francisco, recordando outras condenações por "violações em massas" e “torturas de prisioneiros de guerra”.