O líder norte-coreano, Kim Jong-Un, visitou esta quarta-feira o novo centro espacial russo, em Vostochny, onde o presidente Vladimir Putin prometeu ajudar Pyongyang a construir satélites.
As declarações de Putin antes do encontro com Kim deram a entender que a Rússia irá ajudar a Coreia do Norte na construção satélites, em vez de construí-los para aquele país asiático, afirmou Lee Choon Geun, do Instituto de Política Científica e Tecnológica da Coreia do Sul.
Esta visita de Kim Jong-Un à Rússia ocorre numa altura em que a Coreia do Norte tenta colocar em órbita o seu primeiro satélite espião, depois de já ter visto duas tentativas fracassarem este ano, estando os cientistas norte-coreanos a preparar outro lançamento em outubro.
Em agosto, os Estados Unidos apelaram à Coreia do Norte para o cancelamento de lançamento de satélites, justificando que tal violaria as resoluções do Conselho de Segurança da ONU.
Por que razão são os satélites norte-coreanos tão controversos?
Desde 1998, a Coreia do Norte já lançou seis satélites, dois dos quais parecem ter sido colocados em órbita com sucesso.
As resoluções das Nações Unidas, aprovadas com o apoio da Rússia, proíbem qualquer cooperação científica e técnica com a Coreia do Norte na ciência e tecnologia nuclear, engenharia e tecnologia aeroespacial e aeronáutica.
Em 2016, o lançamento do satélite foi condenado pelos governos norte-americano e e sul-coreano como um teste “disfarçado de tecnologia de mísseis, capaz de atingir o território continental dos Estados Unidos”.
O Governo de Pyongyang defendeu que o seu programa espacial e todas as suas atividades de defesa são um direito soberano.
Durante um congresso do partido em janeiro de 2021, Kim Jong-Un revelou o desejo de desenvolver satélites de reconhecimento militar.