Guerra Rússia-Ucrânia

Rishi Sunak apela ao setor privado para investir na reconstrução da Ucrânia

Ao abrir a segunda Conferência de Recuperação da Ucrânia (URC2023), em Londres, Sunak disse ainda que a Rússia terá de pagar a destruição que tem provocado na Ucrânia.

Lusa

SIC Notícias

O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, apelou esta quarta-feira ao setor privado para aproveitar as oportunidades de investimento na Ucrânia, apesar da guerra, e ajudar a reconstruir o país.

Ao abrir a segunda Conferência de Recuperação da Ucrânia (URC2023), em Londres, Sunak disse que a Rússia terá de pagar a destruição que tem provocado na Ucrânia desde que invadiu o país vizinho, em 24 de fevereiro de 2022.

Os aliados internacionais estão a procurar "vias legais" para amortizar os ativos russos congelados no estrangeiro para esse efeito, referiu, segundo a agência espanhola EFE.

Governos e privados devem investir “no momento certo”

Mas, até que isso seja possível, é importante que os governos e especialmente o setor privado impulsionem a recuperação ucraniana, comprometendo-se a investir "no momento certo", defendeu.

"Antes desta guerra terrível, a Ucrânia estava a tornar-se uma grande economia, era o celeiro da Europa, um líder em energia (...), o setor tecnológico teve um ano recorde em 2022", afirmou.

"Essas oportunidades ainda existem hoje", disse Sunak, explicando que viu na Ucrânia "um espírito incrível, de força e coragem, mas também de engenho e inovação".

Londres prepara pacote financeiro

Sunak anunciou que o Reino Unido vai garantir empréstimos do Banco Mundial no valor de 3.000 milhões de dólares (2,75 mil milhões de euros) para a reconstrução da Ucrânia.

Londres também vai oferecer um pacote de ajuda bilateral de 240 milhões de libras (280 milhões de euros) e um montante adicional de 250 milhões de libras (290 milhões de euros) para o investimento britânico no país.

Confirmou igualmente que cerca de 400 empresas de 38 países, com um volume de negócios combinado de 1,6 biliões de dólares (1,46 biliões de euros), se comprometeram a participar na reconstrução pós-guerra, assinando um Pacto Empresarial para a Ucrânia.

O pacto, segundo a organização, promove o comércio, o investimento, a partilha de conhecimentos e a prática empresarial responsável na Ucrânia, assegurando a reconstrução como uma economia resistente, ágil e próspera.BT, Rolls-Royce, Virgin, Oracle, Sanofi, Philips, Hyundai Engineering e Citi estão entre as empresas envolvidas.

Primeira conferência aconteceu na Suíça

A URC2023 também vai debater um enquadramento para seguros contra os riscos de guerra para aumentar a confiança dos investidores e ajudar a desbloquear investimento privado para a reconstrução da Ucrânia.

A conferência de dois dias conta com mais de mil participantes de pelo menos 60 países, dos quais cerca de 40 a nível ministerial, bem como líderes de organizações internacionais, representantes da sociedade civil e dirigentes empresariais.

Na primeira URC, realizada em Lugano, na Suíça, em 2022, o Governo ucraniano apresentou um "Plano de Recuperação Nacional da Ucrânia" para 10 anos, no valor de 750 mil milhões de dólares (cerca de 687 mil milhões de euros).

Só em 2023, o Banco Mundial admitiu que a Ucrânia vai precisar de 14 mil milhões de dólares (12,6 mil milhões de euros) para a reconstrução crítica e prioritária, bem como investimentos de recuperação.

Últimas