Referindo-se ao mais recente telefonema entre o Presidente Zelensky e o Presidente chinês Xi Jiping, o alto representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança disse que “era esperado”.
"É uma notícia muito boa e é um primeiro passo para que a China acabe por se aproximar da Ucrânia", afirmou em conferência de imprensa, em Bogotá, onde se encontra em visita oficial.
Xi e Zelensky mantiveram esta quarta-feira uma longa conversa telefónica, na qual o Presidente chinês disse que o seu país enviará um representante especial do governo para os assuntos da Eurásia para visitar a Ucrânia e outros países com o objetivo de "realizar uma comunicação profunda com todas as partes" sobre "uma solução política para a crise".
Neste sentido, Borrell advertiu: "Todos queremos a paz, mas temos de construir esta paz para que seja justa, por isso não pode ser qualquer paz".
"Precisamos da mobilização e do compromisso de todo o mundo e de mais de países como a China, que é membro permanente do Conselho de Segurança da ONU", comentou o ex-ministro espanhol.
"A paz será decidida e cabe à Ucrânia decidir em que termos. Enquanto isso continuaremos a lutar por ela", afirmou.
Durante a conversa entre os dois dirigentes, Xi destacou que a "evolução complexa da crise na Ucrânia" teve um "grande impacto" na situação internacional, ao mesmo tempo que afirmou que o seu país "sempre esteve do lado da paz" e que "tem promovido conversações" a esse respeito, informou o canal estatal CCTV.
O governante também disse a Zelensky que a China, como "membro permanente do Conselho de Segurança da ONU", não vai "observar o conflito de longe na esperança de obter benefícios" ou "colocar mais lenha na fogueira", e reiterou que "o diálogo e a negociação são a única saída".
Zelensky confirmou quase simultaneamente a "longa e significativa" conversa que teve com o líder chinês e declarou numa breve mensagem no Twitter:
"Acredito que este diálogo, assim como a nomeação do embaixador ucraniano na China, dará um poderoso impulso ao desenvolvimento das nossas relações bilaterais".
O Presidente ucraniano observou ainda que a China "defende os propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas em assuntos internacionais", embora reconheça sua "grande influência" no mundo.