Denunciada pela escola após desenhar mísseis lançados sobre uma família ucraniana, Maria Moskaliova, de 13 anos e apelidada de Masha, foi retirada do pai, que a criava sozinho, e em março foi colocada num lar.
O pai, Alexei Moskaliov, foi condenado a dois anos de prisão por denegrir o exército russo, e preso na semana passada na Bielorrússia, para onde fugiu, mas a sua comitiva e o sistema de justiça dizem não saber onde está agora.
Um tribunal em Efremov, a 300 quilómetros a sul de Moscovo, que deveria analisar um pedido de restrição dos direitos dos pais de Alexei Moskaliov indeferiu este julgamento, por não o conseguir localizar e convocar.
Esta noite, véspera do início previsto para esse julgamento, as autoridades anunciaram que a mãe, Olga Sitchikhina, que não via Masha há vários anos, apareceu repentinamente e levou a adolescente.
"Olga removeu Masha do centro de reabilitação social onde ela estava a seu pedido", escreveu na noite de quarta-feira passada a comissária russa para crianças, Maria Lvova-Belova, na aplicação de mensagens Telegram.
"Esperemos que tudo corra bem para a mãe e para a filha", acrescentou a responsável russa, alvo noutro caso de um mandado de detenção do Tribunal Penal Internacional, acusando-a de deportar crianças ucranianas para a Rússia.
"Não viviam juntos há muito tempo e comunicavam-se muito pouco. Inicialmente, Masha não queria ver a mãe", justificou Lvova-Belova, adiantando que a adolescente "mudou de ideias" segundo a própria lhe revelou ao telefone.