Um ano depois, a guerra na Ucrânia ainda não tem fim à vista. Apesar da superioridade bélica da Rússia, e contra todas as previsões iniciais, as forças de Kiev têm resistido à ocupação. No país, são incontáveis os cenários de destruição, arrasados pelos ataques que fizeram pelo menos oito mil vítimas civis. As imagens são violentas e podem ferir suscetibilidades.
24 de fevereiro de 2022. O mundo acordava com as imagens e o som das sirenes em Kiev. Colunas de veículos militares russos avançavam para território ucraniano depois da declaração de guerra de Vladimir Putin.
Justificava a invasão com a defesa dos territórios autoproclamados independentes no Donbass. Dizia querer desnazificar a Ucrânia e assim começou, nessa madrugada, a onda de ataques que dura até hoje.
À oferta de asilo dos EUA, o Presidente ucraniano respondeu de forma clara: precisava de munições, não de boleia. surgiu, mais tarde, nas ruas de Kiev a prometer luta.
A lei marcial foi imposta no país. Os homens chamados para combater despediram-se das famílias. Em poucos dias, milhões de pessoas fugiram à guerra. De carro, em transportes, em momentos caóticos. Foi o maior êxodo desde a II Guerra Mundial. 13 milhões de pessoas vivem ainda fora de casa.
As tropas russas entraram por três frentes.
Em abril, as forças de Moscovo recuaram na região de Kiev. Deixaram um cenário impossível de esquecer nas localidades à volta. Bucha era um autêntico cemitério, com valas comuns, corpos espalhados nas ruas, com sinais de tortura.
As autoridades começaram a investigar milhares de indícios de crimes de guerra. A generalidade da comunidade internacional manteve-se ao lado da Ucrânia, com o envio de ajuda e meios para o combate. Bruxelas reconheceu o país como candidato a entrar na União Europeia.
O verão deu folego às forças de Kiev. A contraofensiva permitiu recuperar Kherson e a região de Kharkiv. Vladimir Putin respondeu com a mobilização de 300 mil reservistas, muitos arrastados à força para a guerra.
Numa ação não reconhecida pela comunidade internacional, a Rússia promoveu referendos que resultaram na anexação das regiões de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporíjia.
No outono e inverno, aumentaram os ataques às infraestrurutas energéticas. Milhões de ucranainos atravessaram as temperaturas negativas sem luz nem aquecimento confortados apenas pelas esperança de uma reviravolta no terreno.
2023 começou com a confirmação do envio de tanques mais modernos e eficazes pelos aliados.
Um ano depois do início da ofensiva em larga escala, nenhum dos lados do conflito dá sinais de tréguas. Os combates concentram-se, sobretudo, no Donbass e na luta por Bakhmut. Apesar da inferioridade numérica, o exército ucraniano tenta travar os avanços russos.