O primeiro-ministro anunciou no Parlamento o envio de três tanques Leopard 2 para a Ucrânia, mas quanto a aviões caça Portugal não está neste momento em condições de disponibilizar algum. António Costa explica que não se trata de uma "linha vermelha”, mas sim de uma indisponibilidade. Também Marcelo comentou a questão.
“Não é uma questão de linha vermelha. Temos um programa de empenho dos nossos caças F-16 em vários programas da NATO – vamos agora estar, aliás, de polícia aérea nos próximos meses na Lituânia. Temos por outro lado, um acordo de cooperação com a Roménia relativamente aos caças, portanto aí é uma área onde não temos disponibilidade porque os meios que temos estão todos alocados a missões que não podemos prescindir”, explicou o primeiro-ministro a partir de Bruxelas.
No mesmo sentido, o Presidente Marcelo referiu que “cada país decide de acordo com as suas circunstâncias”. No caso de Portugal, sublinhou, “é muito simples, temos neste momento F-16 comprometidos na NATO – no Báltico, na Islândia cobrindo a zona do norte da Europa”.
Além disso, “temos permanentemente que tê-los disponíveis para outras prioridades importantes também no Leste. Portanto, a nossa capacidade não é ilimitável, outros países têm uma capacidade muitíssimo superior”.
Também sobre a adesão da Ucrânia à União Europeia (UE), o Presidente da República concorda com António Costa, quando diz que Bruxelas não pode recuar neste processo.
“Não pode haver um processo de negociação que acabe um bocadinho como aconteceu com a Turquia (…) que é abrir expectativas e depois durar uma eternidade de tal forma que fica a sensação de que não há boa-fé. Quando se abre a negociação está-se a pensar em nunca mais fechá-la”, disse Marcelo.
Depois dos Leopard, os caças
Na semana passada, o Ocidente ultrapassou a questão do envio de tanques às forças ucranianas, com a Alemanha e os Estados Unidos a anunciarem a sua posição favorável.
Logo de seguida, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu uma assistência militar ainda maior, incluindo a entrega de mísseis de longo alcance e aeronaves de combate.
"Cada fase da guerra requer um certo tipo de armas. Já existe uma coligação de tanques. Já existem conversações sobre mísseis de longo alcance e o envio de aviões de combate", assegurou Mikhaylo Podolyak, assessor presidencial ucraniano.
Após o compromisso ocidental de enviar mais de 100 tanques e carros de combate, a liderança ucraniana pediu mísseis até 300 quilómetros de alcance, e que poderão também atingir território da anexada península da Crimeia.