Boris Johnson revelou, numa entrevista à BBC, que o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacá-lo com um míssil durante uma chamada telefónica, em fevereiro de 2022, pouco antes da invasão da Ucrânia.
O antigo primeiro-ministro britânico, que abandonou o cargo em setembro do ano passado, diz que a ameaça surgiu quando os dois líderes discutiam as posições da Rússia e do Reino Unido sobre um cenário hipotético de adesão da Ucrânia à NATO.
"A certa altura, ele ameaçou-me e disse: 'Boris, não o quero magoar, mas com um míssil levaria apenas um minuto'", contou Boris Johnson.
"Ainda assim, pelo tom muito relaxado que ele estava a adotar e pelo tipo de distanciamento que parecia demonstrar, pareceu-me que ele estava simplesmente a entrar no jogo das minhas tentativas para o levar a negociar", prosseguiu.
As declarações do ex-governante britânico surgem num documentário da BBC intitulado "Putin Vs The West".
O documentário, que é transmitido esta segunda-feira na BBC Two, relata os acontecimentos desde a tomada da Crimeia, em 2014, até à invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022.
Moscovo já reagiu às declarações do antigo governante britânico. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a acusação feita por Boris Johnson "é mentira".
“Não houve nenhuma ameaça com mísseis. Ele [Boris Johnson] não entendeu o que Putin estava a dizer”, afirmou Peskov aos jornalistas.
[Artigo atualizado às 10:26 de 30/01/2023]