Guerra Rússia-Ucrânia

Zelensky fala em crime de guerra em Dnipro que exige "novas decisões" sobre fornecimento de armas

Kremlin nega ter atacado alvos civis em Dnipro.

SIC Notícias

Zelensky fala num crime de guerra e diz que este ataque reforça a necessidade de os países aliados enviarem mais armamento para Kiev.

"O que aconteceu em Dnipro, o facto de a Rússia estar a preparar uma nova tentativa de tomar a iniciativa na guerra, o facto de que a natureza das hostilidades na frente [de combate] exige novas decisões no fornecimento de defesa -- tudo isso apenas enfatiza a importância de coordenar nossos esforços", sublinhou o chefe de Estado ucraniano.

António Guterres condenou o ataque russo em Dnipro. O secretário-geral das Nações Unidas diz que este é mais um exemplo de suspeitas de violação das leis da guerra.

O Kremlin continua a negar ter atingido alvos civis na cidade.

No ataque no sábado foram lançados vários mísseis sobre a região de Kiev. Um prédio residencial em Dnipro foi atingido e pelo menos 40 pessoas morreram e 75 ficaram feridas. As autoridades falam ainda em 46 desaparecidos.

Zelensky pede mais armamento ao ocidente

Zelensky apelou esta segunda-feira aos esforços de todos os membros da coligação para "defender a Ucrânia e a liberdade" e para "agilizar a tomada de decisões".

O governante elogiou o "bom exemplo" do Reino Unido, que aprovou um novo pacto de assistência de defesa, como "tanques, outros veículos blindados e artilharia".

"Exatamente o que precisamos", sublinhou Zelensky, agradecendo ao primeiro-ministro Rishi Sunak.

A Ucrânia terá esta semana vários momentos de diplomacia, acrescentou o Presidente ucraniano, como o Fórum Económico de Davos, na Suíça, onde o país "será ouvido na plataforma de importância global", ou a reunião regular do 'formato Ramstein' [denominação sobre os encontros da Defesa ucraniana com outros países].

"Cada dia de nossa maratona diplomática traz à Ucrânia resultados defensivos bastante específicos. E agradeço a todos os que ajudam o nosso Estado", concluiu Zelensky na habitual mensagem noturna em vídeo dirigida à nação.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,9 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 7.031 civis mortos e 11.327 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

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