O Presidente russo Vladimir Putin disse, esta quinta-feira, que vai assinar "na segunda ou terça-feira" da próxima semana o decreto sobre a resposta do país ao preço máximo de 60 dólares por barril imposto ao petróleo russo pela União Europeia, G7 e Austrália.
Em conferência de imprensa em Moscovo, Putin também assegurou que a Rússia vai encontrar um "antídoto" para o sistema de defesa antiaérea Patriot que os EUA vão fornecer à Ucrânia, e ainda manifestou desejo que o conflito acabe "o mais cedo possível", após dez meses de intensos combates com o Exército de Kiev.
Ao anunciar as medidas para combater o teto máximo imposto pelos ocidentais e aliados ao preço do rude russo, Putin assegurou que a resposta a esta medida surgirá na próxima segunda-feira ou no dia seguinte, e vaticinou que o orçamento russo não sairá prejudicado pela medida.
"Não vamos perder nada por esse limite máximo", assegurou. No entanto, advertiu que poderá ter consequências desastrosas para a economia mundial e provocar uma drástica subida dos preços do petróleo.
Previamente, o líder russo tinha avisado que o país pode reduzir a produção de petróleo no âmbito das medidas de resposta ao preço máximo fixado de 60 dólares (56,5 euros).
Esta quinta-feira, o Kremlin afirmou que estão a ser consideradas diversas "matrizes" da resposta russa à barreira do preço imposta pelo ocidente e que o decreto presidencial entrará em vigor após a clarificação das medidas.
Ucrânia recebe mísseis Patriot? Putin responde com “sistema velho”
No decurso da conferência de imprensa, Putin também se referiu ao sistema de defesa antiaérea Patriot que Washington vai fornecer a Kiev e minimizou o seu impacto.
"Em relação ao Patriot, é um sistema demasiado velho. Não funciona como o nosso [sistema] S-300. Mas os nossos adversários partem do princípio que é uma arma defensiva. Muito bem, vamos manter em nós essa observação. E existe sempre um antídoto", declarou na conferência de imprensa. Acrescentou ainda que a entrega dos Patriot é "vã", por constituir "apenas uma forma de prolongar o conflito".
"O nosso objetivo", afirmou o Presidente russo, "é terminar esta guerra" e não uma situação de "inércia".
Quase 10 meses de guerra
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas - 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.