O antigo chefe da agência espacial russa Roscosmos, Dmitry Rogozin, foi ferido num ataque em Donetsk, um reduto de separatistas pró-russos no leste da Ucrânia, e deverá ser operado, disse, esta quinta-feira, o próprio no Telegram.
Rogozin, que foi dispensado como chefe da Roscosmos em julho e atualmente dirige um grupo de conselheiros militares que presta assistência às forças separatistas russas na Ucrânia, foi ferido nas costas com um estilhaço, acima da sua omoplata direita, de acordo com a mesma fonte.
O incidente ocorreu, na quarta-feira à noite, num hotel em Donetsk onde Rogozin estava hospedado, juntamente com vários funcionários locais.
O ataque, disse o Comité de Investigação russo encarregue do caso, deixou várias pessoas mortas e feridas e foi feito "com munições de alta precisão, provavelmente disparadas de um camião equipado com um sistema de artilharia francesa César".
Rogozin disse que o incidente ocorreu durante uma "reunião de trabalho" no restaurante do hotel, no entanto o canal de televisão estatal russo Russia 24 afirma que o antigo chefe do Roscosmos estava a celebrar o seu 59.º aniversário.
O canal mostrou imagens de mesas de festa viradas do avesso numa sala de restaurante com janelas partidas e paredes parcialmente destruídas.
Rogozin permaneceu regularmente no hotel nos últimos meses, quando foi para Donetsk integrado na ofensiva russa na Ucrânia, segundo revelou o próprio.
Quase 10 meses de guerra
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas - 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.