O Presidente norte-americano, Joe Biden, considerou escandalosa a decisão da Rússia de suspender a sua participação no acordo sobre as exportações de cereais a partir dos portos ucranianos, vitais para o abastecimento alimentar mundial.
"É simplesmente escandaloso. Não havia nenhuma razão para fazerem isso", disse Biden.
A Rússia anunciou a suspensão da sua participação no acordo sobre as exportações de cereais dos portos ucranianos após um alegado ataque de drones que visou a frota russa estacionada na baía de Sebastopol, na Crimeia anexada.
A ONU comunicou estar a envidar esforços para preservar o acordo, com a Ucrânia a acusar a Rússia do "falso pretexto" do ataque na Crimeia para justificar a suspensão do convénio, pressionando Moscovo para que "respeite as suas obrigações".
O acordo, concluído em julho sob a égide da ONU e da Turquia, permitiu a exportação de vários milhões de toneladas de cereais retidos nos portos ucranianos desde a invasão russa em fevereiro, o que fez com que os preços dos alimentos disparassem, aumentando o receio da fome.
O Presidente russo, Vladimir Putin, subiu o tom das críticas ao acordo, apontando que as exportações da Rússia, outro grande produtor de cereais, estavam a ser prejudicadas pelas sanções.
A Crimeia, anexada em março de 2014 pela Rússia após uma intervenção das suas forças especiais e de um referendo denunciado por Kiev e pelo Ocidente, serve como quartel-general da frota russa do mar Negro e como base logística de retaguarda para a ofensiva russa na Ucrânia.