O Presidente da Rússia fez esta quarta-feira um discurso à nação transmitido pela televisão. Vladimir Putin anunciou uma "mobilização parcial" dos cidadãos russos numa altura em que a guerra na Ucrânia está a chegar ao sétimo mês do conflito.
A medida anunciada por Putin, que abrange 300 mil russos e entra já em vigor, obedece à “necessidade de defender a soberania e a integridade territorial do país”, sublinhou o chefe de Estado russo.
O Presidente da Rússia anunciou a mobilização parcial de cidadãos na reserva, ou seja, de pessoas que já fizeram serviço militar ou que têm competências militares especiais.
A medida “obedece à necessidade de defender a soberania e a integridade territorial do país”, sublinhou o chefe de Estado.
Putin disse também que Moscovo vai aumentar o fabrico de armamento e ameaçou usar todos os meios à disposição para proteger os interesses russos.
“O nosso país tem meios de ataque e mais modernos do que a NATO. Os russos podem ficar descansados, a nossa segurança será garantida”.
"O objetivo do Ocidente é dividir e enfraquecer a Rússia”
Putin criticou o Ocidente que acusa de querer enfraquecer e destruir a Rússia. O Presidente russo disse ainda que a Ucrânia tinha concordado com o acordo de paz apresentado por Moscovo, mas que não o aceitou por pressão do Ocidente.
“É preciso dar passos imediatos para defender a soberania e a integridade territorial da Rússia. O objetivo do ocidente é dividir e enfraquecer a Rússia”.
“Nós temos que defender os nossos objetivos”.
“Faremos tudo pela segurança dos referendos”
“Faremos tudo para garantir a segurança durante os referendos para que as pessoas possam manifestar a sua vontade”, garantiu Putin, a propósito das escrutínios nos territórios separatistas pró-russos da região de Donbass, na Ucrânia, marcados para 23 a 27 de setembro.
Os referendos terão lugar em Donetsk e Lugansk, cuja independência o Presidente russo reconheceu pouco antes de lançar a sua ofensiva militar contra a Ucrânia, a 24 de fevereiro.
"Confio no vosso apoio"
A fechar a discurso, que já estava previsto para ontem e que acabou por ser proferido esta quarta-feira uma hora depois do anunciado, Putin deixou um apelo à população: "Confio no vosso apoio".
Guerra entra no 7.º mês
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas - mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,2 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.