Foi descoberta uma vala comum com 440 corpos em Izium, cidade ucraniana reconquistada aos russos na região de Kharkiv. A informação foi avançada pelo chefe da polícia de Kharkiv. O Presidente da Ucrânia comparou a situação à de Bucha e promete revelar mais detalhes esta sexta-feira.
"Posso dizer que esta é uma das maiores valas encontradas numa cidade libertada. Contém mais de 440 sepulturas. Cerca de 440 cadáveres foram enterrados num só local. (…) Sabemos que alguns foram mortos a tiro e outros morreram devido a fogo de artilharia. Alguns morreram por causa de ataques aéreos. Ainda assim, as causas da morte serão confirmadas durante as investigações", disse o chefe da polícia regional, Serhii Bolvinov.
Numa declaração na noite de quinta-feira, Zelensky comparou Izium às cidades de Bucha e Mariupol, que se tornaram símbolos das atrocidades russas.
"A Rússia deixa a morte atrás dela e por todo o lado. E deve responder. O mundo deve considerar a Rússia responsável desta guerra. Vamos tudo fazer para que isso aconteça", garantiu Zelensky.
O Presidente da Ucrânia afirmou que já foi iniciada uma investigação à vala comum encontrada em Izium e que avançará com novas informações esta sexta-feira.
As autoridades ucranianas avançam que os corpos serão exumados este sábado, permitindo a realização de perícias para determinar o ADN dos cadáveres. Só desta forma se saberá quantas pessoas foram enterradas nesta vala comum.
“Estimamos que foram aqui enterradas entre 20 a 25 pessoas, embora a inscrição diga que são 17 pessoas. Vamos verificar o número de corpos, amanhã [sábado], quando se fizer a exumação dos mesmos. Há muitos locais como este na região de Izium, de Kamianka e de Dovhenke, onde aconteceram os combates. Ainda não recuperámos estes corpos”, afirma Oleh Kotenko, oficial ucraniano.
As equipas ucranianas têm identificado algumas dificuldades, nomeadamente a chuva que “tem sido um obstáculo” que não permite chegar a determinados locais. Também a falta de peritos em desminagem está a atrasar as operações.
Recorde-se que as tropas russas foram acusadas de várias atrocidades durante a sua ocupação nos arredores de Kiev, especialmente em Bucha, de onde se retiraram no final de março e onde as autoridades ucranianas encontraram, a seguir, centenas de cadáveres de civis com sinais de tortura e de terem sido executados, com as mãos atadas e tiros na cabeça, em valas comuns, espalhados pelas ruas e em pilhas carbonizados nas ruas.
Em junho, a polícia ucraniana estava a investigar a morte de mais de 12.000 pessoas, a maioria encontrada em valas comuns.