A cidade de Irpin, nos arredores de Kiev, foi uma das que mais sofreu durante a ocupação russa. Muitos dos que partiram, estão agora de regresso e procuram uma normalidade que foi interrompida. O futebol é um dos melhores caminhos para o regresso à rotina, mas não afasta as más recordações. A reportagem dos enviados especiais da SIC na Ucrânia, Pedro Miguel Costa e Odacir Júnior.
Nem no estádio do Olimp de Irpin é possível esquecer a ocupação e os ataques russos. As crateras provocadas pelos morteiros até podem ter sido tapadas, mas as marcas dos estilhaços de artilharia estão por toda a parte.
Metade do relvado foi limpa, e é revista todas as manhãs pelos jogadores antes do treino. A outra contém ainda incontáveis pedaços dos rockets.
A grande maioria dos que agora regressam aos treinos tinham partido com os pais, para longe de Irpin, durante o tempo em que os russos andaram pela região. Mas há também quem tenha ficado e que viu o estádio tornar-se um alvo.
Depois da saída das forças russas, as crianças foram regressando aos treinos. Cada um dos atletas trazia uma história que precisava chutar para longe. Os ucranianos não baixam os braços e seguem fintando as marcas do conflito. No meio do que ainda é caótico, ir a jogo parece o melhor remédio