Mais de 500 soldados do batalhão ucraniano Azov e de outros grupos armados enfrentam processos penais na autoproclamada República Popular de Donetsk, pró-russa, por alegados crimes de guerra, informou esta sexta-feira a agência oficial russa TASS.
"As agências responsáveis por aplicar a lei na República Popular de Donetsk (DPR) abriram processos contra mais de 500 membros do Azov e outros grupos armados", indicou uma fonte das forças de segurança da região separatista ucraniana.
A fonte acrescentou que todos os casos serão encaminhados para tribunal, assim que os procuradores tenham as acusações preparadas.
Os investigadores separatistas pró-russos acusam os soldados das forças ucranianas de pertencerem a um grupo armado ilegal, de serem mercenários e de tentarem derrubar o Governo da DPR. Criado em 2014, na cidade de Mariupol, por membros da extrema-direita para combater os separatistas pró-russos na Ucrânia oriental o batalhão de Azov foi integrado na Guarda Nacional Ucraniana no final daquele ano, segundo a agência noticiosa espanhola EFE.
O grupo ganhou fama por reconquistar Mariupol às forças russas em junho de 2014, mas ficou conhecido mundialmente pela sua resistência em condições críticas na siderurgia de Azovstal, na atual campanha militar russa na Ucrânia, até a rendição completa dos quase 2.500 soldados no final do mês passado. Os soldados que se renderam são agora prisioneiros da Rússia, que os quer julgar enquanto "neonazis" e "criminosos de guerra", sobretudo os comandantes de Azov, adianta a EFE.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou perto de 5.000 civis, segundo dados da ONU, que sublinha que os números reais podem ser muito superiores. A guerra obrigou ainda à fuga para o estrangeiro de mais de sete milhões de pessoas.