Perante o cenário “indefinido” que a guerra no coração da Europa está a provocar, o Presidente Marcelo admite que pode ter efeitos nas contas dos vários países e até na execução dos Planos de Recuperação e Resiliência (PRR). “Todos nós perdemos com a guerra”, vinca o chefe de Estado.
“A guerra está a criar uma situação tão diferente que há coisas que vão ter que ir mudando. Por exemplo, as regras de equilíbrio do orçamento já foram prolongadas mais um ano, (…) este regime provisório pode ser, se a guerra se prolongar muito, que se chegue à conclusão que a execução dos PRR precisa de mais prazo. É tudo ainda muito indefinido porque ninguém sabe quanto tempo é que a guerra pode demorar“, disse o chefe de Estado.
Face a este cenário, o Presidente Marcelo reitera que todos perdem com a guerra na Ucrânia que se se prolongar pode levar a derrapagens no PRR, como de resto já admitiu o Governo.
“O plano [PRR] aponta para um determinado número de obras e de repente chega-se à conclusão que com aquele dinheiro não dá para fazer aquelas obras, dá para fazer menos ou tem de se esperar que baixe o custo da construção. E, depois, há a derrapagem que tem a ver com a contratação pública que, ao contrário do que as pessoas pensam, demora algum tempo. Para ser tudo direitinho como o Tribunal de Contas e a União Europeia impõem, depois é preciso obedecer a regras para se escolher quem fica com a obra, portanto percebo quando o Governo admite que por causa da guerra haja problemas de atrasos e pelo próprio processo”, explicou.
Marcelo reiterou, por isso, que “todos nós perdemos com a guerra, não sei como é que as pessoas acham que é possível haver uma guerra que toca a todo o mundo e ninguém perde. Com a guerra há uma coisa segura: perdem todos, mesmo quem vierem a vencer a guerra“.