Dois soldados russos acusados de crimes de guerra na Ucrânia declararam-se esta quinta-feira culpados, durante uma segunda audiência na cidade de Kotelva, no nordeste ucraniano, depois de um outro militar ter sido condenado a prisão perpétua pelo mesmo motivo.
Alexander Alexeevich Ivanov e Alexander Vladimirovich Bobykin estão acusados de bombardearem uma infraestrutura civil com um lançador de rockets múltiplo.
Ambos os militares declararam-se culpados na segunda audiência realizada no Tribunal Distrital da cidade do nordeste da Ucrânia.
O julgamento foi marcado para 31 de maio e os militares russos podem ser condenados até 12 anos de prisão.
O advogado de defesa pediu oito anos de prisão, referindo que os dois soldados estavam apenas a seguir ordens dos seus superiores.
Questionados se queriam fazer alguma declaração no final da audiência, Alexander Vladimirovich Bobykin reforçou o arrependimento.
“Admito o que fiz, lamento as ações que as nossas tropas cometeram, acredito que no futuro a guerra terminará e a paz que todos esperamos virá”, salientou, citado pela agência Associated Press (AP).
Já Alexander Alexeevich Ivanov não fez qualquer declaração.
Em 23 de maio, o soldado russo de 21 anos Vadim Chichimarine foi condenado a prisão perpétua por ter matado um civil ucraniano desarmado, no âmbito do primeiro julgamento por crimes de guerra realizado na Ucrânia desde a invasão russa.
Julgado num tribunal em Kiev, o soldado russo foi acusado de matar a tiro um civil ucraniano, de 62 anos, numa aldeia na região de Sumy, no nordeste da Ucrânia.