Guerra Rússia-Ucrânia

Hungria alerta para falta de garantias na proposta sobre petróleo russo

Hungria um dos países da União Europeia mais expostos ao embargo proposto pela presidente da Comissão Europeia.

O Governo húngaro considerou esta quarta-feira que a proposta da Comissão Europeia para um embargo gradual ao petróleo russo não oferece garantias para a segurança energética da Hungria.

“Não vemos um plano sobre como fazer uma transição bem sucedida com base nas atuais propostas e no que garantiria a segurança energética da Hungria”, disse o gabinete de imprensa do Governo húngaro à agência francesa AFP, sem indicar se esta reação significa uma rejeição da proposta de Bruxelas.

Segundo o executivo húngaro, 65% do petróleo e 85% do gás utilizado pela Hungria provêm da Rússia.

Esta dependência torna a Hungria um dos países da União Europeia (UE) mais expostos ao embargo proposto pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que prevê um período de transição genérico até ao final de 2022.

“Renunciaremos progressivamente às entregas de petróleo bruto russo dentro de seis meses e aos produtos refinados até ao final do ano”, disse Von der Leyen no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, ao apresentar o sexto pacote de sanções contra a Rússia para impedir o financiamento da guerra na Ucrânia.

Hungria e Eslováquia exigem exceções para atrasar a aplicação das sanções

Tanto a Hungria como a Eslováquia exigem exceções para atrasar a aplicação das sanções, embora o objetivo da Comissão Europeia seja que os Estados-membros cheguem a um acordo final sobre esta questão esta semana, segundo a agência espanhola EFE.

Desde o início da invasão russa, a Hungria – cujo primeiro-ministro nacionalista Viktor Orbán forjou laços estreitos com o líder russo, Vladimir Putin – rejeitou qualquer embargo ao petróleo ou gás de Moscovo.

“Não votaremos a favor de sanções que tornariam impossível o fornecimento de petróleo ou gás à Hungria”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro, Peter Szijjarto, na terça-feira.

“Esta não é uma decisão política, (…) é uma verdadeira questão de abastecimento para nós, porque atualmente é impossível para a Hungria e a sua economia funcionar sem petróleo russo”, justificou Szijarto, citado pela AFP.

O ministro da Economia da Eslováquia, Richard Sulik, também disse, na terça-feira, que a única refinaria do país, a Slovnaft, não pode mudar imediatamente do petróleo russo para outro tipo de petróleo.

A guerra na Ucrânia expôs a excessiva dependência energética da UE face à Rússia, que é responsável por cerca de 45% das importações de gás europeias.

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