Mais de um milhão de pessoas, incluindo quase 200 mil crianças, foram levadas da Ucrânia para a Rússia, nos últimos dois meses.
Os números foram avançados na segunda-feira pelo ministro da Defesa da Rússia e citados pela agência TASS.
O ministro adiantou ainda que, nas 24 horas anteriores, cerca de 11.550 pessoas, incluindo 1.847 crianças, tinham sido levadas para a Rússia “sem a participação das autoridades ucranianas”.
Mikhail Mizintsev afirmou que os civis “foram retirados para território da Federação Russa das regiões em perigo” de Donetsk, Lugansk e outras partes de Ucrânia.
O ministro não adiantou, contudo, a localização dos civis ou as circunstâncias em que foram feitas as mudanças.
Zelensky alertou ONU para a possibilidade dos civis serem levados à força para a Rússia
O Presidente da Ucrânia alertou as Nações Unidas para a possibilidade de os civis retirados de Mariupol serem levados à força para a Rússia. Esta segunda-feira esteve aberto um corredor humanitário organizado pela ONU em conjunto com a Cruz Vermelha Internacional.
“Avisei o secretário-geral das Nações Unidas que assim que as pessoas retiradas fossem colocadas em autocarros, a Rússia podia levá-las para território russo. Até agora, sabemos que cerca de meio milhão de pessoas já foram deportadas de forma ilegal e à força para a Rússia a partir de outras cidades”, disse Volodymyr Zelensky.
António Guterres esteve reunido com o Presidente ucraniano na passada quinta-feira, depois de ter viajado até Moscovo para um encontro com Vladimir Putin. Zelensky afirma que Guterres assumiu “total responsabilidade pelo transporte” dos cidadãos de Mariupol.
Saiba mais:
- Boris Johnson discursa no Parlamento de Kiev, bombardeamentos sucedem-se na região de Donetsk
- EUA dizem que Rússia pode estar a organizar “falsos referendos” para anexar regiões ucranianas
- Guerra na Ucrânia: Kremlin assume o controlo da Internet em Kherson
- Zelensky acusa Lavrov de “responsabilizar o povo judeu pelos crimes nazis”
- PGR da Ucrânia diz ter identificado “primeiro suspeito” do massacre de Bucha
- Ucrânia: líder do exército russo esteve na frente de combate no Donbass