Guerra Rússia-Ucrânia

Câmara de Setúbal retira funcionária russa do acolhimento a ucranianos até esclarecimento da situação

A autarquia reagiu à notícia publicada pelo Expresso. O semanário avança que refugiados foram recebidos por russos na autarquia, um deles com alegadas ligações ao Kremlin.


A Câmara Municipal de Setúbal reagiu esta tarde à notícia avançada pelo Expresso sobre o acolhimento de ucranianos. De acordo com o semanário, refugiados foram recebidos por russos na autarquia, um deles tem sido criticado pela embaixada ucraniana por ter fortes ligações ao Kremlin. No comunicado, a Câmara esclarece alguns aspetos e avança que “retirou do acolhimento de cidadãos ucranianos a técnica superior citada na notícia até ao total e inequívoco esclarecimento desta situação“.

Desde o início da invasão russa da Ucrânia, que a autarquia tem “um serviço de atendimento a refugiados ucranianos e tem prestado todo o apoio necessário ao acolhimento destas pessoas, em direta e permanente articulação com diferentes entidades, nomeadamente a Segurança Social, Alto Comissariado para as Migrações, Instituto de Emprego e Formação Profissional e Serviço de Estrangeiros e Fronteiras”, começa por explicar a Câmara de Setúbal no comunicado divulgado na rede social Facebook.

Ao Expresso, uma mulher ucraniana conta ter sido recebida no gabinete de apoio da autarquia por uma funcionária russa, Yulia Khashina e pelo marido que não trabalha na Câmara, Igor Kashin. O homem é antigo presidente da Casa da Rússia e do conselho de coordenação dos compatriotas russos.


Os refugiados dizem que os documentos pessoais foram fotocopiados e estranham as perguntas sobre o paradeiro dos familiares que ficaram na Ucrânia.

Sobre Igor Kashin, citado na notícia do Expresso, a Câmara esclarece: “colabora, regularmente, há vários anos, com várias entidades da administração central, entre as quais o Instituto de Emprego e Formação Profissional, o Alto Comissariado para as Migrações e o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, tendo prestado esta colaboração já este ano, em instalações de alguns destes serviços em Setúbal, no contexto do acolhimento de refugiados da guerra da Ucrânia. Esteve também a dar apoio, no contexto das relações existentes, desde 2005, entre a CMS e a EDINSTVO, associação de imigrantes de leste, nos serviços municipais responsáveis pelo acolhimento de refugiados”.

A autarquia adiantou ainda que vai “solicitar ao Ministério da Administração Interna que adote, de imediato, os necessários procedimentos no sentido de averiguar a veracidade das suspeitas veiculadas pelo jornal Expresso, manifestando total disponibilidade para prestar toda a informação necessária”.

“A Câmara Municipal de Setúbal repudia com a veemência qualquer toda e qualquer insinuação de quebra de sigilo no tratamento de dados de cidadãos ucranianos acolhidos nos seus serviços”, refere em comunicado

A autarquia garante que no atendimento que é realizado a estes e a outros cidadãos são cumpridos todos os requisitos técnicos inerentes a um atendimento social.

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