Martim Silva, diretor-adjunto do Expresso, considera que a oposição do PCP ao discurso do Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky no Parlamento português “é absolutamente lamentável” e que a justificação da líder parlamentar do partido foi um “suicídio político em direto”.
“Acho isto grave. Tenho imenso respeito institucional pelo PCP e pelo que representa no sistema político português, mas o que estamos a assistir, não há outra forma de definir do que um suicídio político em direto. É absolutamente lamentável o que está a acontecer e não há outra forma de o dizer”, afirma.
Martim Silva considera ainda que esta é uma decisão “sem pés nem cabeça” e que “está a faltar cabeça fria” ao PCP neste assunto. Martim Silva defende que, se o partido estava incomodado com a possibilidade de Zelensky discursar no Parlamento, deveria ter “fingido que não era consigo”.
Lamenta ainda o voto de condenação apresentado pelo PCP sobre o massacre de Bucha, dizendo que o texto “é um branqueamento completo do que aconteceu”.
Zelensky vai ser o primeiro chefe de Estado a discursar por videoconferência na AR
O Parlamento português aprovou esta quarta-feira o discurso de Zelensky por videoconferência, com a oposição do PCP. Esta será a primeira vez que um chefe de Estado vai discursar por videoconferência na Assembleia da República.
Para justificar a decisão, a líder parlamentar do partido disse que a “proposta que está em cima da mesa não vai ao encontro do objetivo de defender a paz, de procurar uma solução negociada”.
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