Guerra Rússia-Ucrânia

Kiev quer software de espionagem Pegasus e sistema antimísseis israelita

Conselheiro principal de Zelensky apelou a um “maior apoio” de Israel à Ucrânia.

Os serviços de inteligência israelitas estão a cooperar estreitamente com a Ucrânia, país interessado em dispositivos de segurança avançados, como o sistema antimísseis Cúpula de Ferro ou o ‘software’ de espionagem Pegasus, para enfrentar a invasão russa.

Os serviços secretos ucranianos estão a “cooperar muito estreitamente” com os homólogos israelitas, assegurou Andriy Yermak, chefe do gabinete do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, durante uma videoconferência com os meios de comunicação israelitas.

Segundo detalhou, Kiev agradece as tentativas de mediação do primeiro-ministro israelita, Naftali Benet, no conflito com a Rússia, considerando Jerusalém “um dos lugares prioritários” para uma possível reunião entre Zelensky e o Presidente russo, Vladimir Putin.

“Já é hora de realizar esse encontro de Presidentes. A guerra já dura há demasiado tempo”, considerou Yermak, acrescentando que espera que Israel possa usar a sua influência para facilitar um acordo de cessar-fogo com garantias de segurança para a Ucrânia.

O conselheiro principal de Zelensky apelou a um “maior apoio” de Israel à Ucrânia, que até agora tem mantido uma posição moderada em relação à Rússia, devido à sua aliança estratégica com Moscovo no Médio Oriente.

Entre outros assuntos, o Estado hebreu não aplicou sanções contra a Rússia e recusou-se a fornecer armas ou equipamento defensivo a Kiev.

Israel rejeitou pedidos ucranianos para adquirir o sistema antimísseis mesmo antes da guerra

Israel rejeitou desde antes da guerra os pedidos ucranianos para adquirir o sistema antimísseis Cúpula de Ferro, que usou com eficácia em maio do ano passado na escalada bélica com a Faixa de Gaza, quando intercetou grande parte dos projéteis lançados.

Por seu lado, Kiev está interessado no ‘software’ de espionagem Pegasus, da empresa israelita NSO Group, capaz de piratear e aceder a toda a informação de telemóveis de outras pessoas.

O sistema tem sido objeto de controvérsia, com vários países a utilizá-lo para espiar políticos, dissidentes, defensores dos direitos humanos ou jornalistas.

“Comunicámos expetativas claras de que precisamos do sistema Cúpula de Ferro e de outras armas”, admitiu hoje Yermak.

Em relação às negociações entre a Ucrânia e a Rússia, o conselheiro assegurou que os contactos continuam difíceis. Segundo explicou, a Rússia suavizou as exigências, mas a falta de acordo entre as duas partes permanece em vários pontos fundamentais.

Também revelou que Kiev excluiu fazer concessões territoriais, mas acrescentou estar aberto à discussão sobre as regiões do Donbass ou da Crimeia.

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