Guerra Rússia-Ucrânia

António Costa confiante na disponibilidade de Portugal para intervir pela NATO

No entanto, espera que tal não seja necessário, porque significaria a necessidade de reforçar a dissuasão.

O primeiro-ministro reiterou esta quinta-feira que Portugal tem forças “em estado de prontidão” para intervir na força de reação rápida da NATO, mas disse esperar que a sua utilização não seja necessária, porque significaria a necessidade de reforçar a dissuasão.

António Costa, na sua intervenção aos jornalistas, na chegada ao quartel-general da NATO, em Bruxelas, reiterou que Portugal tem forças em estado de prontidão de cinco dias – que, no total, perfazem um conjunto de 1049 militares – para acorrerem no quadro da força de reação rápida da NATO.

No entanto, o primeiro-ministro sublinhou que o seu empenhamento é “uma decisão que cabe exclusivamente” ao Comandante Supremo Aliado para a Europa, o general norte-americano Tod D. Wolters.

“As nossas forças estão às suas ordens, estas forças que estão integradas na força de reação rápida estão às suas ordens, e estão em estado de prontidão a cinco dias para poderem avançar se, e quando, o comandante militar da NATO para a Europa assim o entender”, frisou.

António Costa sublinhou, no entanto, esperar que isso “não seja necessário”, porque “seria um sinal” de que a NATO precisaria de “reforçar a mensagem de dissuasão e deixar claro que é uma aliança defensiva”. O primeiro-ministro recordou que, no âmbito da Aliança, Portugal tem reforçado a sua participação “no conjunto dos contributos de dissuasão nos países do leste da NATO”.

“Como é sabido, para além das forças que temos em estado de prontidão para acorrer e intervir no caso das forças de intervenção rápida da NATO, temos neste momento aprontada – e já está aliás a começar a ser projetada para o terreno – uma companhia que irá reforçar os batalhões de combate permanente que estão sediados na Roménia”, indicou.

Além disso, fora do quadro da NATO, Costa destacou também que Portugal tem contribuído para ajudar a Ucrânia no âmbito da União Europeia (UE), através da aplicação de “todas as sanções que têm vindo a ser decretadas” e que reconheceu terem um “efeito pesado” na economia portuguesa.

“Temos estado a fornecer quer apoio humanitário, quer material – designadamente militar – na base da relação bilateral com a própria Ucrânia”, sublinhou.

Rodeado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e pelo ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho – que, no próximo Governo, irá assumir a atual pasta de Santos Silva -, o primeiro-ministro, quando questionado relativamente à provável mudança nos ministérios caso a política externa portuguesa altere, respondeu: a “política externa portuguesa assenta numa constante, desde há várias décadas, e é um fator de grande unidade nacional“.

“Com respeito por cada um dos membros do Governo, e por cada um dos Governos, tem havido uma continuidade permanente. Que eu me recorde, em termos de política externa, só houve um pequeno interregno, que já vão quase duas décadas, em que não houve uma continuidade e um consenso nacional em torno da nossa política externa. São tempos ultrapassados”, disse.

Mais de mil militares portugueses na NATO Response Force

No quadro da Aliança Atlântica, Portugal participa em 2022 na NATO Response Force, uma força conjunta multinacional de elevada prontidão capaz de assegurar uma resposta militar rápida a uma crise emergente, que contempla três forças de prontidão diferentes.

A de mais elevada prontidão, designada Very High Readiness Joint Task Force (VJTF), prevê o empenhamento de até 1049 militares portugueses, 1 navio, 162 viaturas táticas e 7 aeronaves.

Os chefes de Estado e de Governo da NATO reúnem-se presencialmente esta quinta-feira, no dia em que fará precisamente um mês desde o início da guerra na Ucrânia, a 24 de fevereiro, estando também prevista a participação, por videoconferência, do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Com LUSA

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