Guerra Rússia-Ucrânia

De Leninegrado a Kharkiv são 80 anos de distância, mas Margarita volta a esconder-se dos bombardeamentos

Os corredores de casa são o esconderijo da mulher que sobreviveu uma situação semelhante: o cerco alemão, nos anos 40.

Para alguns habitantes de Kharkiv, esta é a segunda guerra numa vida, visto que há 80 anos passaram pelo mesmo durante o cerco alemão a Leninegrado. Margarita Morozova, uma das sobreviventes, para tentar salvar-se dos bombardeamentos russos, faz como nessa altura: esconde-se nos corredores de casa.

É como se fosse um pesadelo e tivessem voltado os bombardeamentos da Segunda Guerra Mundial, em Leninegrado.

Bibliotecária reformada, Margarita Morozova tem 87 anos. Passou pelo mesmo que passa agora aos 7, em 1941.

Foi condecorada com uma medalha de sobrevivente do cerco a Leningrado, sendo que, depois da guerra, se mudou para Kharkiv. Guarda o cartão identificativo deste passado trágico e memórias que se tornaram presente.

Nasceu na antiga Leninegrado, atual São Petersburgo, onde tem um filho a viver. Mora com a filha, a 25 quilómetros da fronteira com a Rússia.

Depois dos bombardeamentos alemães, procura agora sobreviver aos ataques das tropas da terra onde nasceu.

A História, escrita e vivida na primeira pessoa, ensinou-lhe o suficiente para não perceber esta guerra.

Viúva de um médico militar, Margarita Morozova aterroriza-se com os jovens que morrem ou os prédios que desabam, enquanto viaja entre o presente e o passado, lembrando-se como ela e a mãe sobreviveram por terem perdido uma balsa, bombardeada logo a seguir pelos alemães, matando os que tentavam fugir ao cerco de Leninegrado.

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