O ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, acusou hoje o Kremlin de ser o “Hitler dos nossos dias” e de cometer genocídio em Mariupol, disse hoje aos eurodeputados numa reunião online.
Citado pela agência Reuters, o responsável ucraniano disse que a Rússia quer destruir totalmente a Ucrânia e pediu à UE para considerar Putin como “um criminoso de guerra”.
“Apelo a todos os parlamentares europeus para que reconheçam que Putin é um criminoso de guerra”, disse Reznikov, citando exemplos como o ataque aéreo russo ao teatro em Mariupol na quarta-feira, onde estavam abrigadas, segundo o ministro, 1.200 mulheres e crianças.
Reznikov disse aos eurodeputados que a Rússia está a usar a Bielorrússia como um centro logístico para a guerra contra a Ucrânia e repetiu o apelo para a delimitação de uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia para proteger o país.
“Centenas de vítimas” em ataque russo a teatro em Mariupol, diz Zelensky
O Presidente da Ucrânia acusou a Rússia de causar “centenas de vítimas” no bombardeamento de um teatro em Mariupol (sudeste), num ataque que o Ministério da Defesa russo atribuiu às forças ucranianas.
“Em Mariupol, a Força Aérea Russa lançou conscientemente uma bomba no Teatro Dramático, no centro da cidade”, disse Volodymyr Zelensky, na noite de quarta-feira, acrescentando ser “ainda desconhecido o número de mortos”.
“O mundo deve finalmente admitir que a Rússia se tornou um Estado terrorista”, alertou.
A empresa norte-americana de tecnologia espacial Maxar Technologies, especializada em imagens de satélite, divulgou uma foto do teatro que disse ter tirado na segunda-feira.
Nesta foto, vista pela agência de notícias France Presse, a palavra “crianças” estava escrita no chão, em enormes letras brancas e em russo, na frente e nas traseiras do edifício.
22º DIA DE GUERRA NA UCRÂNIA
A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 726 mortos e mais de 1.170 feridos, incluindo algumas dezenas de crianças, e provocou a fuga de cerca de 4,8 milhões de pessoas, entre as quais três milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.