Guerra Rússia-Ucrânia

Em cenário de guerra, os animais não são esquecidos

Em Odessa, na Ucrânia, os enviados da SIC visitam dois espaços de proteção animal.

Grande parte dos ucranianos que fogem do país levam os animais de estimação, mas quem não tem condições para o fazer, recorre a abrigos ou ao jardim zoológico local.

O que leva um ser humano a pegar numa arma e a disparar contra um cão indefeso? Há quase um ano que a pergunta acompanha Nonna Storozenko, uma ucraniana de 62 anos que, em maio do ano passado, encontrou Leila em agonia numa rua de Orikiv, no Leste da Ucrânia, quando ninguém acreditava que a cadela sobrevivesse.

Sem espaço em casa, Nonna trouxe a cadela para um abrigo para animais abandonados em Odessa, mas acabou por ficar a viver com ela.

Desde que a guerra começou, muitos dos habitantes que fugiram da cidade pediram proteção para os animais de estimação que não puderam levar nas viagens além fronteira.

Há também vários voluntários que ajudam cães, gatos e até póneis com comida e medicamentos. Três empresas contribuem mensalmente com donativos.

No mês passado, um empresário pagou a viagem que Leila e Nonna farão esta quinta-feira para a Alemanha, onde a cadela vai ser submetida a uma cirurgia que lhe poderá devolver a mobilidade.

O jardim zoológico de Odessa, fechado desde o início do conflito, tem estado a aceitar peixes, pássaros, coelhos, hamsters e até cobras, tendo chegado 400 animais nas últimas três semanas. Têm todos a indicação do nome e o contacto do dono, sendo que, quando a guerra acabar, se tudo correr bem, voltam a casa.

Mesmo entre os que optaram por permanecer na cidade, há quem tenha deixado aqui peixes pássaros e hamsters, na esperança de que tenham mais hipóteses de sobreviver que num bairro residencial.

Enquanto as tropas russas bombardeiam escolas, hospitais e maternidades, os habitantes de Odessa protegem o património e os animais.

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