Guerra Rússia-Ucrânia

António Guterres considera que reconhecimento dos separatistas por Moscovo viola soberania ucraniana

Secretário-geral da ONU vai cancelar viagem à República Democrática do Congo (RDC) devido à escalada das tensões no leste europeu.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, diz esta segunda-feira que a decisão da Rússia em reconhecer a independência dos territórios separatistas no Donbass “é uma violação da integridade territorial e da soberania da Ucrânia”.

É “incompatível com os princípios da Carta das Nações Unidas”, salienta o diplomata português através de um comunicado. 

Através do seu porta-voz, o secretário-geral António Guterres defendeu a diplomacia para resolver a atual crise.  

Num breve comunicado, o porta-voz de António Guterres, Stephane Dujarric, informa que tendo “em vista da deterioração da situação na Ucrânia”, o secretário-geral não vai viajar ao país africano e regressa terça-feira a Nova Iorque, onde está localizada a sede da ONU.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitro Kuleba, informa esta segunda-feira que a Ucrânia solicitou uma reunião imediata do Conselho de Segurança da ONU para abordar medidas urgentes destinadas a alcançar a segurança do país.

Numa breve nota, Dmitro Kuleba adianta que Kiev invocou o artigo 6.º do Memorando de Budapeste (1994), que concede garantias de segurança à Ucrânia em troca da renúncia ao arsenal nuclear herdado da antiga União Soviética.

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, reconheceu esta segunda-feira a independência dos territórios separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia e instou o Parlamento a assinar os tratados que permitirão o apoio militar de Moscovo a estas autoproclamadas repúblicas.

“Considero necessário tomar esta decisão que estava pensada há muito tempo, de reconhecer imediatamente a independência da República Popular de Donetsk e da República Popular de Lugansk”, refere o chefe de Estado russo, num discurso transmitido pela televisão estatal, depois do Kremlin ter divulgado esta intenção.

Putin pede também ao Parlamento russo para “aprovar esta decisão” para, em seguida, “ratificar os acordos de amizade e de ajuda mútua a estas repúblicas”, o que permitirá a Moscovo, por exemplo, enviar apoio militar aos dois territórios pró-russos do Donbass ucraniano.

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