Guerra no Médio Oriente

Exército israelita prepara operação massiva em Gaza: 100 mil reservistas podem ser mobilizados para ocupação

O exército israelita aprovou um plano operacional para a ocupação da cidade de Gaza. Neste momento, fica só a faltar a luz verde do governo de Benjamin Netanyahu.

Catarina Neves

Para ocupar a cidade de Gaza, Israel vai precisar de chamar 100 mil soldados na reserva. O plano concreto deverá ser apresentado, nos próximos dias, ao primeiro-ministro israelita, mas o líder do exército de Israel já terá definido as ações da operação militar em Gaza. Pelo menos dois outros planos desenhados por Eyal Zamir foram rejeitados pelo governo de Benjamin Netanyahu, porque seriam demasiado conservadores.

Agora, o exército israelita terá à espera uma população de cerca de 1,2 milhões palestinianos, dos quais 700 mil já viviam na cidade de Gaza antes da guerra. A estes juntou-se outro meio milhão de palestinianos deslocados do norte da faixa de Gaza, de Khan Yunis e de Rafah, no sul.

Israel tem dado conta da destruição dos túneis usados pelo Hamas. A maior parte, porém, eram infraestruturas que já estavam mapeadas antes das tropas israelitas entrarem.

Os analistas lembram que, com o passar do tempo, a estrutura que sobra do Hamas ter-se-á preparado para mais uma incursão israelita. Izz al-Din al-Haddad é o último comandante sénior do Hamas ainda vivo e na cidade de Gaza.

O exército israelita sabe que terá pela frente pequenas células de guerrilheiros bem preparados, armados e bem posicionados numa pequena, mas densamente povoada área.

No Gabinete de Segurança de Israel, há quem queira a destruição total da cidade de Gaza, tal como foi feito na cidade de Beit Hanoun, no norte.

Em Gaza, o exército israelita enfrentará uma construção mais cerrada, que tem implicações no material de guerra a usar e no tempo necessário para a tal destruição total. Israel dará ordens para que os civis sejam retirados, sendo que a evacuação da cidade pode demorar entre uma semana e 10 dias.

Se conseguir o controlo da cidade de Gaza, o exército israelita deverá demorar cerca de um ano a desmantelar infraestruturas do Hamas da superfície ao subsolo.

Só de terça para quarta-feira terão sido mortos pelo menos 123 palestinianos. Da parte do Hamas voltam os apelos ao cessar-fogo, num plano apoiado pelos Estados Unidos, em negociações que decorrem no Cairo, Egito. A última ronda de conversações tinha acontecido no Qatar, no final de julho, e terminou num impasse.

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