Guerra no Médio Oriente

Povo israelita contra plano militar de ocupar Cidade de Gaza

Israelitas dizem estar preocupados com o que possa acontecer durante ocupação de Gaza e temem que plano militar seja concretizado à custa dos reféns e soldados.

Marta Ferreira

O povo israelita está contra a guerra em Gaza e a ocupação da Cidade de Gaza. Aqueles que vivem em Telavive defendem que a devolução dos reféns deve ser uma prioridade e que esta é uma "guerra política" com a qual não se identificam.

Em declarações feitas durante protestos contra o Governo de Netanyahu, os israelitas dizem estar preocupados com o que possa acontecer durante a ocupação de Gaza, decisão esta manhã aprovada e anunciada por Israel.

Um destes israelitas defende que esta "é uma guerra política" em que a única pessoa que beneficia é o primeiro-ministro israelita que "está a tentar evitar a cadeia", aponta.

"Nós, as pessoas de Israel - 85% de nós - exigimos o fim imediato desta guerra ridícula, estúpida e brutal", sublinha.

Uma outra acrescenta que Netanyahu é um "criminoso" e que já o era antes sequer da guerra começar, tendo sido acusado de "suborno e abuso de confiança".

Os israelitas apelam ainda a que o Governo chegue a acordo para trazer de volta os reféns retidos pelo Hamas desde outubro de 2023 e termine esta guerra que é um "desastre" tanto para os palestinianos quanto para os israelitas.

Famílias dos reféns denunciam "irresponsabilidade"

As famílias dos reféns israelitas denunciaram esta sexta-feira "a irresponsabilidade" do Governo que "está a caminho de uma catástrofe colossal" à custa dos reféns e soldados.

"O gabinete decidiu embarcar numa nova marcha de irresponsabilidade à custa dos reféns, dos soldados e da sociedade israelita", afirmou o Fórum de Familiares de Reféns e Pessoas Desaparecidas, em comunicado.

O grupo, que representa a maioria das famílias das duas centenas de sequestrados a 7 de outubro de 2023, durante os ataques do movimento islamita palestiniano Hamas contra Israel, afirmou que este plano significa abandonar os reféns, além de ignorar os alertas da liderança militar e a vontade do público israelita.

"Ao optar pela escalada militar em vez da negociação, estamos a deixar os nossos entes queridos à mercê do Hamas, uma organização terrorista maléfica que mata sistematicamente os reféns à fome e abusa deles", denunciou o Fórum.

O gabinete de segurança do Governo israelita deu "luz verde", esta madrugada, a um plano militar de ocupação da Cidade de Gaza, no norte do enclave, que alberga um milhão de pessoas.

Com Lusa

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