Guerra no Médio Oriente

Austrália diz que ocupação de Gaza é "violação do direito internacional" e insta Israel a recuar

Ministra dos Negócios Estrangeiros reforçou apelo pelo cessar-fogo de forma a que a ajuda humanitária chegue aos palestinianos sem bloqueios. Além disso, insta Netanyahu a que não "siga esse caminho" da ocupação.

Craig Ruttle/AP

Marta Ferreira

A ministra dos Negócios Estrangeiros australiana, Penny Wong, reagiu esta sexta-feira à decisão de Israel de ocupar a Cidade de Gaza apelando a que "não siga esse caminho".

Em comunicado, Wong adverte Israel sublinhando que o plano militar aprovado apenas piorará "a catástrofe humanitária em Gaza" e reforça aquilo que já havia dito no final de julho, que a ocupação permanente do território de Gaza constitui "violação do direito internacional".

"A Austrália pede que Israel não siga esse caminho, que só piorará a catástrofe humanitária em Gaza", sublinhou a ministra.

A ministra dos Negócios Estrangeiros voltou a apelar pelo cessar-fogo de forma a que a ajuda humanitária chegue aos palestinianos sem bloqueios e o Hamas assim devolvesse os reféns retidos desde outubro de 2023.

“Uma solução de dois Estados é o único caminho para garantir uma paz duradoura. Um Estado palestino e o Estado de Israel, vivendo lado a lado em paz e segurança dentro de fronteiras internacionalmente reconhecidas”, acrescentou.

Apesar de ainda não ter anunciado que reconheceria o estado da Palestina, a Austrália apontou que tomaria uma decisão "no momento apropriado". Enquanto isso, tem vindo a reforçar as suas posições contra Israel.

O Gabinete de Segurança do Governo de Israel aprovou esta madrugada um plano militar proposto pelo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, para ocupar a Cidade de Gaza, no norte do enclave.

Após cerca de dez horas de reunião, o Governo israelita divulgou um comunicado onde expõe o plano de Netanyahu para "derrotar o Hamas", que inclui ocupar a Cidade de Gaza, sem esclarecer o que acontecerá com o resto do enclave, apesar de o primeiro-ministro ter declarado a intenção de estender a operação a toda a Faixa antes de iniciar a sessão de debate com o gabinete.

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